A página do governo de Brasília divulgou o esquema para o desfile de 7 de setembro, mas não menciona se o presidente empossado Michel Temer fará a revista das tropas no Rolls-Royce, com a faixa no peito, como manda a tradição.
Cerca de 1,5 mil policiais militares, 200 a mais do que o destacado para a votação do impeachment no Senado, estarão lá pra garantir a segurança do público estimado em 40 mil pessoas.
Haverá revista pessoal na rodoviária do plano piloto e nas escadarias de acesso aos locais de protesto e do desfile. Tudo para garantir o sorriso amarelo de Michel Temer em meio às manifestações convocadas pelas redes sociais.
Pra quem vinha menosprezando as manifestações contra o golpe, o forte esquema de segurança prova o contrário, que Temer está apavorado com o som da orquestra das ruas que tem na ponta da língua uma paródia do hino nacional dedicada ao empossado.
Temer mediu a coragem dos manifestantes que lutam por Diretas Já com sua régua, afinal ele perdeu a cerimônia de encerramento das Olimpíadas do Rio por medo de vaia e não subiu pela rampa do planalto quando tomou posse.
Não bastasse a provocação, Temer fez beicinho pra alertar que não aceitará ser chamado de golpista até o fim do seu mandato.
O que Temer viu no último domingo (4) foi um montão de gente sem medo da truculência policial como tática pra inibir manifestações populares.
A repressão violenta é marca dos golpistas e a reação popular a marca de todos os movimentos que salvaram países de governos autoritários.
No ato cívico, Temer não irá desfilar feliz como uma centopeia de sapato novo, chinês. Se ousar reprimir os protestos com truculência a imagem de que o país perdeu seus valores democráticos será ainda mais reforçada e todos os atos de abuso e violência serão faturados em seu nome.
Com Temer não serão permitidos bandeiras com hastes e o uso de máscaras, bem diferente do que ocorreu no último desfile de Dilma Roussef, quando pouco mais de mil pessoas protestaram com o ‘pixuleca’, o boneco gigante de quem não sabe o paradeiro.
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