RO: Com música engajada Édier e Black Z alertam para ecocídio na Amazônia

RO: Com música engajada Édier e Black Z alertam para ecocídio na Amazônia

O videoclipe de Pachamama, música composta em 2020, acaba de ser lançado e traduz a preocupação com a Amazônia que encara nos próximos três meses mais uma temporada de queimadas.

Rondônia é um dos estados sempre no topo do ranking de desmatamentos e queimadas e Porto Velho, onde os dois músicos moram, o município com mais destruição das florestas.

O estado tem em 15 dias de julho mais focos de calor que em todo julho de 2020.

“Botaram fogo na esperança. Roubaram o futuro”, canta a Black Z.

Confira o videoclipe:

Édier William nasceu em Ariquemes, é ator, escritor, criador audiovisual e produtor cultural, graduado em Letras e Técnico em Audiovisual. Produziu filmes que foram premiados no Brasil e no exterior. É o idealizador/organizador do Madeira Festival de Teatro e do Cine RO e conquistou vários prêmios nacionais, entre eles, da ANCINE, SESC e ITAÚ CULTURAL.

O artista cria suas obras sempre se preocupando com a necessidade de se oportunizar às minorias, por meio da palavra, o protagonismo e o empoderamento.

A influência musical, segundo Édier, “é Indie como Florence and the Machine e Jão, pop nacional como Gloria Groove, MPB como Lininier, dentre muitos outros”.

Um compositor que descobriu a inquietude muito cedo e desde então compõe para conscientizar as pessoas.

Desde sempre, as questões que permeiam a sociedade foi um motor para a criação dos meus textos. Quando conheci o cantor A Black Z e vi seu potencial quis ser seu produtor. Devido ao fato de ele não compor músicas me ofereci a compor as canções para ele”, diz Édier.

A escolha dos temas das canções foi feita após várias sessões de conversas para compreender e realçar as identidades de compositor e cantor.

 Zenital Produções a empresa criada com o princípio de colocar em cena todos os grupos invisibilizados.

A Black Z é um homem preto gay, filho de mãe solo. Ele nasceu em Santa Inês no Maranhão, mas se tornou rondoniano quando a mãe veio procurar o pai do cantor, que anteriormente viera para Rondônia em “busca de novas oportunidades”. Nunca o encontraram.

No início da descoberta de sua voz, A Black Z foi cantor de música gospel em corais. Com o passar do tempo se aceitou gay e já não cabia dentro da igreja. A partir desse ponto da sua existência começou a buscar novas referências para o seu canto, especialmente Fat Family, Vanessa Jackson e Tim Maia. Na atualidade Liniker é uma de suas grandes inspirações.

A Black Z descobriu na música uma válvula de escape para toda a pressão que ser preto, pobre e gay provoca em uma pessoa. Com sua voz potente, desde 2018 fez covers de Tim Maia, tocou em bares e casamentos.

Em 2019 conheceu seu produtor Édier William e juntos começaram a produzir o primeiro álbum do cantor: Futuro; e na sequência o EP Pachamama, resultado de processos de estudos e pesquisas sobre a degradação ambiental que vem destruindo um dos mais belos biomas do mundo.

“Nosso quintal está em chamas e não temos outro instrumento para combater o fogo, a não ser a conscientização. Nesse a arte é um importante meio para se provocar reflexão e transformação no pensamento da sociedade”, ressalta Édier.

O diretor do videoclipe se banha em referências de grandes filmes como “Labirinto do Fauno” e se inspirada nos elementos fogo e água, para produzir um clipe que desdenha dos padrões narrativos/ estéticos que estamos acostumados ver em clipes.

As canções do ÁLBUM FUTURO falam de sentimentos como amor, dores, amizade, discriminação e respeito, misturando acordes ora melódicos, ora dançantes com a poesia que reside em cada letra. No ritmo do neo soul e outros gêneros musicais é possível fazer reflexões que nos mostram a urgência de um novo olhar ao nosso redor.

Destacamos as faixas “Futuro” e “Hipocrisia” que foram lançadas como single:

A parceria é para produzir o tipo de música contestadora que provoque reflexão e transformação na sociedade.

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