Jória, Christian, Marcos, Jorjão, Gelca, tanto faz.
É o que parece significar para o prefeito Dr. Mauro, quem ocupe a cadeira de presidente da Fundação Cultural do Município, embora esteja longe de ser a mesma coisa.
O anúncio da quinta nomeação na pasta deixou muita gente preocupada e outro tanto irritada, pois transforma o papel do agente cultural em mero promotor de eventos.
Não dá tempo pra nenhum presidente se comprometer com uma política cultural que sobreviva ao fim do governo, o que deveria ser regra, não exceção.
O que tem ocorrido na prática é que um presidente dá continuidade ao que o outro vinha fazendo, mas isso é fatal para a capacidade criativa fundamental à gestão da cultura.
Ao invés de impulsionar, retém a competência do gestor para trazer novas práticas que valorizem as lembranças e inovações coletivas.
É lamentável que Dr. Mauro não participe dos eventos culturais da cidade, talvez por ser filho de palestino e não conseguir se familiarizar, mas nomear pessoas que se sentirão “estrangeiras, passageiras de algum trem”, nos espaços culturais, é demais.
Não conheço a advogada que assumiu a Funcultural, razão pela qual teço a crítica de caráter institucional, pois não só por ter nascido aqui, conheço onde se promove e quem promove cultura.
Sim, tudo é relativo. Nem sempre um prefeito médico cuida melhor da área da saúde, mas não lhe falta intimidade com os problemas, falta vontade.
Na pasta da cultura, saber da memória coletiva é fundamental para poder ordená-la.
Longe de mim querer boicotar a nova presidente, afinal ela mesma se disse surpresa com a nomeação.
Coitada… Foi tão imprevisível que disse ao tomar posse que tem um interesse intrínseco pela cultura, pois teve “a oportunidade de conhecer culturas diferentes como a do Peru, Argentina, Chile e de diversos países europeus”.
Parafraseando Tolstoi, “sem cantar a própria aldeia, não há bagagem cultural universal.