O vazamento do diálogo entre o senador Romero Jucá e o ex-presidente da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro) Sérgio Machado, ambos investigados na Operação Lava Jato, é potencialmente mais grave que o que levou Delcídio do Amaral à prisão.
Mas, ao contrário do que ocorreu com Delcídio, não há pressão nas redes sociais pra que aceite a delação premiada e revele detalhes do plano que evidencia um conluio parlamentar-midiativo-judicial para tirar a presidente eleita do cargo.
Segue a ‘lógica’ da omissão com sua nomeação ao cargo de Ministro do Planejamento, apesar de flagrante ameaça à obstrução das investigações.
A esquerda se movimenta, mas a direita segue silente nas redes sociais diante da melhor oportunidade que tivemos até agora de conhecer os bastidores do escândalo da Petrobras e do processo de impeachment da presidente.
O diálogo impõe indícios mais contundentes da participação de ministros do Supremo Tribunal Federal no que seria um plano maquiavélico, que além de afastar a presidente, previa a obstrução das investigações da Lava Jato.
Delcídio disse que iria falar com ministros. Romero Jucá disse que falou.
Segundo Jucá, só o ministro Teori Zavascki poderia oferecer resistência em apoiar o golpe parlamentar.
Há informações de áudios em que o ex-presidente José Sarney é citado.
Se confirmados e revelados os áudios, o chorume vai empestar tudo e Aécio talvez escape de ser o primeiro a ser comido.
Quando Delcídio foi preso, houve manifestações constantes para forçá-lo à delação. Na porta da casa dele, num condomínio de luxo em Mato Grosso do Sul, grupos se revezavam em performances teatrais para encorajá-lo a entregar o esquema do PT.
Agora, parece que os patinhos foram passear além da montanha e não voltaram.
Uma delação de Romero Jucá, depois de expor o que pensa sobre Renan Calheiros e a cúpula do PSDB faria dele o ‘Boi de piranha’, como sugeriu, “pra passar e chegar do outro lado da margem”.
Só resta aguardar pra ver até onde vai a fidelidade criminosa da vasta casta de políticos comprometida na Lava Jato.