Em gravação, Sarney promete ajudar Sérgio Machado, mas ‘sem advogado no meio’.
Jornal do Brasil
Em conversa gravada pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) prometeu a ele que poderia ajudá-lo a evitar que seu caso fosse transferido para a vara do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba (PR), mas “sem meter advogado no meio”. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Machado é investigado pela Operação Lava Jato e fechou acordo de delação premiada no Supremo Tribuna Federal.
Em um dos diálogos, gravados em março, Sarney manifestou preocupação sobre uma eventual delação de Machado. “Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada”, disse o ex-presidente.
De acordo com a Folha, Machado respondeu que havia insinuações, provavelmente da Procuradoria-Geral da República (PGR), por uma delação. Sarney explicou a estratégia: “Mas nós temos é que conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no meio”.
Conversa entre o ex-presidente José Sarney e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foi gravada
Conversa entre o ex-presidente José Sarney e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foi gravada
Machado concordou: “Advogado não pode participar disso”, “de jeito nenhum” e que “advogado é perigoso”. Sarney repetiu três vezes: “Sem meter advogado”.
Ao final de uma das conversas, segundo a Folha, Machado pediu que Sarney entrasse em contato com ele assim que estabelecesse um horário e local para reunião entre eles e Renan.
“E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente”, acrescentou Machado. Sarney respondeu que não achava conveniente.
“Não? O senhor dá o tom”, respondeu Machado.
O ex-presidente disse que não achava “conveniente, a gente não põe muita gente”. Ainda segundo a Folha, em seguida ele contou que o ex-senador e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) costumava dizer que “duas pessoas pessoas já é reunião. Três é comício”. Segundo o jornal, nas conversas, Sarney deixou claro que concordava com a iniciativa de impedir que o caso de Sérgio Machado fosse enviado para a vara de Moro em Curitiba.
“O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]”, disse o ex-presidente.
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (25), o ex-presidente José Sarney afirmou que, não tendo tempo nem conhecimento do teor das gravações”, não tem “como responder às perguntas pontuais” feitas pela Folha.
Sarney disse que conhece o ex-senador “Sérgio Machado há muitos anos. Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento”.
“As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava. Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar”, diz a nota assinada pelo ex-presidente.
Esta é a terceira conversa de Sérgio Machado cujas gravações vazam para a imprensa. Na primeira, ele conversa com o ex-ministro Romero Jucá, que acabou perdendo o cargo justamente pelo teor das conversas. Nesta quarta-feira, foram divulgadas as gravações das conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros. E agora, com o ex-presidente José Sarney.
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Machado concordou: “Advogado não pode participar disso”, “de jeito nenhum” e que “advogado é perigoso”. Sarney repetiu três vezes: “Sem meter advogado”.
Ao final de uma das conversas, segundo a Folha, Machado pediu que Sarney entrasse em contato com ele assim que estabelecesse um horário e local para reunião entre eles e Renan.
“E o Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente”, acrescentou Machado. Sarney respondeu que não achava conveniente.
“Não? O senhor dá o tom”, respondeu Machado.
O ex-presidente disse que não achava “conveniente, a gente não põe muita gente”. Ainda segundo a Folha, em seguida ele contou que o ex-senador e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) costumava dizer que “duas pessoas pessoas já é reunião. Três é comício”. Segundo o jornal, nas conversas, Sarney deixou claro que concordava com a iniciativa de impedir que o caso de Sérgio Machado fosse enviado para a vara de Moro em Curitiba.
“O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]”, disse o ex-presidente.
Em nota divulgada na tarde desta quarta-feira (25), o ex-presidente José Sarney afirmou que, não tendo tempo nem conhecimento do teor das gravações”, não tem “como responder às perguntas pontuais” feitas pela Folha.
Sarney disse que conhece o ex-senador “Sérgio Machado há muitos anos. Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de amizade, que continuou depois que deixei o Parlamento”.
“As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava. Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar”, diz a nota assinada pelo ex-presidente.
Esta é a terceira conversa de Sérgio Machado cujas gravações vazam para a imprensa. Na primeira, ele conversa com o ex-ministro Romero Jucá, que acabou perdendo o cargo justamente pelo teor das conversas. Nesta quarta-feira, foram divulgadas as gravações das conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros. E agora, com o ex-presidente José Sarney.