Banalização do mal
O delegado Alessandro Thiers, que foi afastado do caso de estupro coletivo, desqualificou o depoimento da vítima e afirmou que “o único crime seria a divulgação do vídeo.” Está no UOL a entrevista que deu, após a reportagem do Fantástico denunciar que ele teria constrangido a menor para que assumisse algum tipo de culpa por ter sido estuprada por mais de 30 homens.
A filósofa Hannah Arendt chocou o mundo quando disse que o nazista Eichmamm não era um psicopata frio, mas um homem comum que relativizou o mal.
Thiers, o delegado que culpa a vítima, é uma dessas pessoas que se apresentam como ‘normais’, mas que promovem um sistema perverso onde o mal é banalizado. Aqui, uma professora da UNIR denunciou professores universitários que fizeram o mesmo, tentaram imprimir à menor a responsabilidade pelo que aconteceu por roupas, poses ou declarações nas redes sociais. Isso é cultura do estupro!
Banalização do mal II
Corre à boca miúda que aqui existe um grupo de suruba gay com menores, do qual participam profissionais liberais de prestígio. Eles vão pra chácaras e lá se confraternizam com sexo e cocaína. Sim, alguns são casados e também ocupam cargos e profissões que os obrigam a defender os direitos de crianças e adolescentes, como se não praticassem corrupção de menores.
Sem denúncia, nada pode ser feito, mas um dia as máscaras caem. Deus ajude que caiam.
Genial/Mente
Hoje o deputado Marcos Rogério entrega o parecer em que deve sugerir a cassação do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha. Ao ser indicado como relator no Conselho de Ética, fez o que fez a vida toda, agarrou a oportunidade de crescer politicamente. E cresceu, está em evidência na grande mídia desde que assumiu a relatoria em dezembro de 2015.
Sou crítica ferrenha da pauta que Marcos Rogério apoia, mas é inegável sua desenvoltura pra se embrenhar nos becos mais estreitos da política e também pra falar em público. Foi assim que começou, pendurado aos ombros do então prefeito de Ji-Paraná, Acir Gurgcaz, a quem já deu às costas.
Vira-virou
Por falar em Acir Gurgacz, foi noticiado que o senador teria assinado um documento em que se compromete com o PDT a votar contra o impeachment de Dilma, o que deve ocorrer em agosto.
Ele foi relator das pedaladas fiscais e deu parecer favorável à aprovação das contas da presidente, mas dois meses depois, quando o barco estava afundando, voltou atrás e votou favorável a abertura do processo de afastamento. Nada demais, já que o Conselho Federal da OAB fez o mesmo, na mudança de direção.
Como tantos, ‘deixou pra lá’ a existência de crime de responsabilidade e se ateve ao clamor popular motivado pela mídia de que o governo ia mal e por isso deveria ser tomado através de uma aliança parlamentar nefasta. Se não virar de novo a casaca, Acir se livra do rótulo de golpista que outros irão sustentar, após as irrefutáveis provas de conspiração parlamentar em gravações que foram amplamente divulgadas na imprensa.
Roberto Sobrinho
Como quem fez campanha negativa contra a eleição do ex-prefeito para deputado federal na última eleição, reconheço que hoje talvez ele tenha a melhor chance de disputar o lugar de onde saiu escorraçado, a prefeitura de Porto Velho.
É que a objeção às pretensões políticas de Roberto perdeu força. Num cenário com tantos políticos enrolados com a justiça, ele é só mais um. Perto do atual prefeito que concorre à reeleição e dos outros candidatos, sem sombra de dúvida é o que teria mais realizações pra mostrar. Não voto nele, mas não o subestimo, porque o vi vencer uma eleição que começou com 1% de intenção de voto.
Mariana Carvalho
Essa não assume que concorre, embora o presidente municipal do seu partido ande gravando vídeos bizarros em que afirma que ela está no páreo. Não faço ideia de quem apoiarei, mas tenho como missão a campanha negativa para impedir que a falsa fofa governe minha cidade. Não votei na deputada, mas sugeri que votassem, erro do qual não posso me redimir sem fiscalizar e denunciar tudo que tem feito contra o país.
Mariana apoiou a pauta-bomba de Eduardo Cunha que impõe o retrocesso, seja pela redução da maioridade ou a terceirização. Pior, esteve lá na Câmara até o governo interino, dedicada à aprovação do impeachment apoiando outra pauta, a paralisante, que impediu votações importantes do governo e estagnou a economia do país. Sem contar que ela justificou a ausência de mulheres nos ministérios do governo interino, por falta de competência, pois disse que “a mulher deve ocupar espaço não só por ser mulher, mas por competência.”
Putz! Lembrei que ela sorriu pra Bolsonaro quando aceitou como um “elogio” o que ele disse pra enaltecer sua beleza. “Um homem faz tudo quando quer conquistar uma mulher. Até promete a lua e ela acredita. Vossa Excelência está em condições de oferecer Marte, Júpiter, Saturno…”
E ela riu disso. Será que toda mulher quer ser vista como um ser vulnerável a qualquer cantada? A esse tipo de cantada fuleira de Bolsonaro?
Prometeu e sumiu
Em visita à comunidade ribeirinha chamada Araçá, lá pras bandas do Cuniã, o morador mais antigo disse que espera até hoje que uma candidata entregue o que prometeu na última eleição. Disse a ele que ela não perdeu feio. É comum, segundo ele, que em época de campanha eleitoral apareçam prometendo material de construção em troca de voto e depois sumam. Não é bem troca o nome disso.
Fui!
Se piorar, tirem meu tubo!