‘DW’: Eurodeputados querem bloquear negociações da UE com governo Temer

‘DW’: Eurodeputados querem bloquear negociações da UE com governo Temer

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Matéria publicada nesta quarta-feira (1) pelo jornal alemão Deutsche Welle comenta que um bloco de parlamentares de esquerda quer suspender negociação com Mercosul em resposta ao afastamento de Dilma.

Segundo a reportagem, 34 deputados formado por partidos de esquerda de Espanha, Itália, Portugal, Alemanha, Irlanda e Grécia encaminharam uma carta a Federica Mogherini, chefe da diplomacia da UE, afirmando que o governo Michel Temer carece de legitimidade. De acordo com o documento, a presidente afastada Dilma Rousseff foi vítima de um “golpe branco” e a UE deve se posicionar sobre o assunto suspendendo as negociações de um acordo de livre-comércio entre o bloco e o Mercosul, que vinham se arrastando há décadas e recentemente voltaram à mesa no ano passado.

Em entrevista à DW, o eurodeputado Xabier Benito, do espanhol Podemos, que liderou a iniciativa, disse esperar que a carta inicie um debate sobre a situação política do Brasil. Até lá, segundo ele, o melhor é que as negociações sejam suspensas.

“Nossa postura é defender acordos que não levem apenas ganhos financeiros, mas também direitos humanos e a discussão com atores legítimos. E nesse momento estamos vendo surgirem dúvidas sobre a legitimidade do governo interino e sua legitimidade em negociar um acordo tão amplo”, disse o deputado, que é vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Mercosul.

O deputado Benito afirma que não quer parar na carta, mas que ele seus colegas pretendem convidar a embaixadora brasileira na União Europeia para conversar. “Queremos discutir o que está acontecendo no país. Estamos preocupados.”

Ele admite, no entanto, que a decisão sobre as negociações depende de Mogherini e de outros altos-representantes da UE. Ele afirma que a própria posição da delegação para relações com o Mercosul, da qual faz parte, é mais de observação e sugestão. “As negociações estão mesmo nas mãos dos comissários, eles são o poder Executivo”, diz.

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