Pela centésima vez, Brechet: “Pobre do país que precisa de heróis”

Pela centésima vez, Brechet: “Pobre do país que precisa de heróis”

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O japonês da Federal dispensa apresentações, pois motivou a produção em escala industrial de máscaras no carnaval deste ano, devido a altíssima popularidade que adquiriu cumprindo mandados de prisão de corruptos. Falemos de nós, da nossa vocação para ajoelhar e rezar diante de santos do pau oco.

Uma máscara do japonês custava o dobro da concorrente, a do Darth Vader e a grande procura fez encalhar o estoque de Palocci, Kassab e Genoíno. Ele virou até marchinha que arrastou multidões em todo o país na folia momesca.

Na Câmara Federal, ixi!
Ops, Ishii foi tietado por deputados, assessores e servidores nos corredores e no plenário pra tirar uma selfie histórica.

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Nesta quarta-feira, o japonês protagonizou a cena com a qual ganhou notoriedade, o cumprimento de um mandado de prisão.

Condenado pelo crime de facilitação do contrabando, o japonês da Federal foi preso em Curitiba.

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A notícia provoca uma reflexão: o brasileiro é vulnerável à manipulação midiática a ponto de cair com frequência na esparrela de criar personalidades perfeitas, acima do bem e do mal, sem ter a mais remota noção de quem são e como vivem.

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Se a grande mídia elogiar é porque é bom. Se disser que não presta, entoa em coro: crucifica-o!

O imaginário de falsos heróis tem outros personagens como o japonês, descrito pelo jornalista José Maschio como “mais um herói de açúcar que desmancha no lodo”.

O que dizer do juiz Sérgio Moro?
As mais de 20 representações no Conselho Nacional de Justiça por exorbitar de suas funções e cometer abusos, não inibem diárias manifestações de ‘apoio’, inclusive de membros do judiciário.

Pra muita gente, Moro é um herói.

Pra outro tanto de gente não, pois foi alvo de intensos protestos acusado de atuar por motivação partidária e com ilegalidades, mas isso a grande mídia não mostrou.

Os heróis imaginários que consumimos são indispensáveis ao jogo político que envolve todos os poderes e a mídia que manipula o público, afinal, alguém ter que fazer a Ola.

E quanto a isso, Sartre sacramentou: “Não há desculpas, somos cônscios disto”.

E viva a enganação, a auto-mentira! Afinal, “o inferno são os outros”.

Suportemos a angústia, a frustração, pois que somos um povo que segue padrões midiáticos firmes feito catarro na parede.

“Quando os caminhos traçados se tornam demasiado difíceis ou quando não vemos caminho algum, verificamos que não podemos continuar num mundo tão urgente e tão difícil. Todas as vias são barradas, e, apesar disso, é preciso agir.
Tentamos, então, mudar o mundo, isto é, tentamos viver como se as relações entre as coisas e suas potencialidades não fossem governadas por processos deterministas, mas pela magia”.

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