Quem é capaz de acreditar que o governo interino acabou com o programa Ciência Sem Fronteiras para economizar e investir no ensino médio?
O Ministério da Educação no governo interino alega que gastou R$ 3,248 bilhões com o intercâmbio de 35 mil bolsistas e que esse dinheiro daria para bancar a alimentação escolar de 39 milhões de alunos.
E se parassem de roubar, não daria pra manter o programa de graduação no exterior e a alimentação escolar desses milhões de alunos?
Segundo o Ministério Público de São Paulo, SÓ no esquema de fraude nas licitações da merenda em prefeituras e no governo do estado a farra tirou até R$ 2 milhões da educação para o pagamento de comissões e propinas. O ex-chefe de Gabinete da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin, do PSDB, é um dos investigados no esquema, o tal do ‘Moita’, Luiz Roberto dos Santos.
Repito, SÓ em São Paulo, ninho ocupado pelos tucanos há mais de duas décadas.
E o tamanho do desvio pode ser muito maior.
O Ciência SEM Fronteiras foi lançado em 2011, é financiado pela Capes, CNPq e empresas parceiras e mantém hoje 11.810 bolsistas no exterior.
Se foram detectadas falhas, que as corrijam, mas acabar com o programa é injustificável!
Ao implantar o Ciência SEM Fronteiras, o Brasil passou a fazer o que todo país que busca domínio de tecnologia faz: investir no ensino superior para promover a expansão e internacionalização da ciência, adquirir inovação, aumentar a competitividade brasileira a partir do intercâmbio e atrair pesquisadores estrangeiros para firmar parcerias que contribuam para o desenvolvimento de algumas áreas no país.
Foram concedidas 101.446 bolsas, das quais 92.862 foram implementadas nas modalidades: graduação sanduíche, mestrado, doutorado sanduíche, doutorado pleno, pós doutorado e apoio a pesquisadores estrangeiros visitantes.
A nova notícia ruim desse governo é ruim mesmo!
Não há informação de que mesmo os países que dominam tecnologia de ponta tenham deixado de investir na política de treinamento de novos pesquisadores em outros países.
Em 1991 a China havia formado internamente menos de 1000 doutores e em cinco anos o número saltou para mais de 4000 mil. O avanço só ocorreu pelo investimento feito na formação de 20 mil estudantes no exterior, que retornaram titulados, sobretudo dos Estados Unidos, o que elevou e muito os recursos científicos da China e a expansão verificada do sistema interno de pós-graduação.
A política da Ciência COM Fronteiras é coisa de presidente que foi catapultado ao poder para governar para os ricos. Quem tem condições financeiras, se forma e se especializa em países que detém tecnologia de ponta.
Quem não tem, não atravessa a fronteira.
Será que foi ideia do Alexandre Frota, o primeiro a ser recebido pelo novo Ministro da Educação?