A campanha eleitoral para prefeitos e vereadores com o tempo reduzido pela metade, de 90 para 45 dias, dá a muitos candidatos, vantagens que fulminam a igualdade de oportunidades na corrida por votos.
Adivinha quem sai na frente com as mudanças na legislação eleitoral? Isso mesmo, quem tem dinheiro, popularidade ou mandato.
Um ou outro candidato que desponte como um fenômeno e que utilize bem as mídia sociais, talvez consiga superar o ‘favoritismo’ que necessariamente não tem a ver com mérito.
Na eliminatória eleitoral mais curta, muitos largam com a certeza da derrota.
Um candidato medíocre que tenha uma base eleitoral formada, como sindicatos ou igrejas, larga e se mantém na frente de quem poderia de fato, servir melhor à cidade, dar cara nova à política.
Se esse obstáculo é difícil, imagine ultrapassar os candidatos que exercem mandato, que de cara podem contar com votos de seus comissionados e com estrutura de seus gabinetes para se reeleger ou ‘patrocinar’ candidaturas.
Esses, enfrentam melhor os que têm muito dinheiro, mas para o bem da sociedade, não possuem popularidade.
Os Tribunais Regionais Eleitorais e o TSE, que não conseguiram enxergar as doações empresariais que resultaram num gigantesco esquema de caixa 2 que permutou propinas por contratos, juram ser possível monitorar as doações de pessoas físicas.
E cá, pra nós, é difícil acreditar nisso. Como o game do momento, será obsessão dos candidatos capturar eleitores dispostos a fornecer o CPF pra justificar doações.
A reforma política foi aprovada pelo Congresso Nacional, que contrariando a censura da maioria da população, confirmada por institutos de pesquisas, pretendiam também manter as doações empresariais.
É um Congresso que legisla em causa própria e que só ouve ‘a voz do povo’ quando lhe é favorável.
Groucho Marx tinha toda razão quando disse que “A política é a arte de procurar problema, achá-lo, fazer um mau diagnóstico e, por fim, aplicar o remédio errado.”