Não é trocando de prédio que a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia vai se livrar da fama de pardieiro da política rondoniense.
Não bastassem todos os escândalos de corrupção que pesam sobre os anais da Casa de Leis, que já levaram pra cadeia vários ex-presidentes, agora os deputados descaradamente aprovaram um projeto de lei para legalizar a atividade do garimpo de ouro no rio Madeira.
Eles decidiram cancelar o Decreto Governamental n 5.197, de 29 de julho de 1991 que proíbe todas e quaisquer atividades de extração de minério ou garimpagem no segmento do Rio Madeira, compreendido pela Cachoeira Santa Antônio e a divisa interestadual de Rondônia com o Estado do Amazonas.
O entra e sai de garimpeiros nos gabinetes e lobbies ocultos convenceram os deputados a propor essa alteração estapafúrdia no decreto que há 25 anos proibiu a garimpagem considerando que provocava a degradação ao meio ambiente, risco à navegação fluvial, a intoxicação humana por mercúrio, atingindo sobretudo moradores das áreas ribeirinhas e os próprios garimpeiros e tantas outras desgraças.
O Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal recomendaram que a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado não legalizem a atividade garimpeira e deram prazo de cinco dias pra saber se vão insistir nessa loucura.
Tanto o poder legislativo, quanto o executivo, estão as margens do Madeira e podem ver como aumentaram os impactos de obras que estão destruindo o rio e a vida em suas margens.
O patrimônio histórico de Porto Velho e distritos ribeirinhos estão sendo engolidos pelas alterações que o Madeira já sofreu com o assoreamento e enchentes. Os deputados querem o que? Querem acelerar o apagamento do nosso patrimônio histórico e cultural?
Não importa como vão responder à recomendação do órgão fiscalizador, porque nada apaga a atitude dos deputados, mais um registro infame nos anais da Casa do Povo.
Bom seria que o eleitor apagasse da política todos que votaram pela destruição do rio, da cidade, da vida.