A presidenta eleita Dilma Roussef deu os últimos passos rumo ao cadafalso armado por golpistas, sem renunciar aos princípios basilares da democracia. O Congresso Nacional deu os primeiros passos rumo a ponte pro passado, para a perversão dos valores que dão ao povo o poder de participar ativamente da política elegendo seus representantes.
O mundo assiste o desbunde moral de uma sociedade que há dois anos gozava de prestígio como uma das mais promissoras democracias.
Por mais que esperneiem os que ardilosamente colocaram a corda no pescoço e os que enforcaram uma presidenta sem crime, Dilma entra pra história como vítima. Pior, vítima dos que praticaram e seguem praticando crimes, por ação ou omissão, contra o povo brasileiro.
Só condenados injustamente sabem o que Dilma sentiu ao olhar para a bandalha que a julga sem moral e motivada por interesses nefastos.
Não há nada contra a presidente que justifique a perda do mandato, mas há provas inequívocas de que houve um golpe parlamentar-judicial-midiático para usurpar o poder, sobretudo o poder do povo de decidir seu destino.
O pacto contra a democracia foi revelado à sociedade, mas prevaleceu a artilharia midiática pesada para convencer do contrário.
Uma parcela gigantesca da sociedade se rendeu à depravação moral, a mesma que há pouco tempo tomou as ruas cobrando moralidade política.
O golpe unirá essa parcela a mais de 54 milhões de vontades em sentido contrário na travessia da ponte para o passado, mas jamais se confundirão.
Um lado elegeu uma presidenta democraticamente e outro catapultou um presidente por meio de um golpe.
Cada brasileiro também terá seu papel marcado na história e os que fizeram coro aos golpistas vão vestir a própria mortalha e seguir o próprio funeral.