‘Bancada jovem’ com ideias velhas, avalia a reportagem especial do UOL sobre a participação dos parlamentares com até 30 anos.
A escolhida para ilustrar a foto de capa foi a tucana Mariana Carvalho, que este blog já pontou várias vezes não refletir nada de moderno. Confira a reportagem completa no link: http://tab.uol.com.br/jovens-politicos/
É uma das duas ‘novinhas’ que conseguiram romper a barreira de acesso à política imposta por homens nos partidos, o que aliás, a deputada ignora existir. Quando Michel Temer nomeou só homens para os ministérios, pasme, Mariana o defendeu afirmando que a competência é o único critério que deve ser observado para dar às mulheres o direito à ocupar cargos de relevância.
Mulheres de inegável competência não gostaram nem um pouco da declaração da deputada que para chegar onde chegou teve todas as oportunidades, inclusive a de concluir dois cursos superiores na faculdade da sua família.
Na reportagem do UOL a universitária Beatriz Lima, 21, moradora da Vila Formosa, zona leste de São Paulo sentencia: “Por mais que a gente fale da representatividade das mulheres no parlamento, ela é problemática porque essas duas mulheres, possivelmente, lutam pelos interesses de uma classe privilegiada, o que não faz muita diferença para mulher periférica”.
E não faz mesmo, pois em campanha pela redução da maioridade penal, Mariana Carvalho argumentou que “não é a juventude que vai pra cadeia não, é o bandido que já se tornou porque não teve oportunidade”.
Uma incoerência que comprova que o mandato da deputada visa atender somente uma parcela privilegiada da população brasileira.
O que seria de Mariana Carvalho não tivesse nascido num berco de ouro? Bom, a reportagem do UOL também explica:
“O know-how político da família coloca todos os indicados em condições privilegiadas na forma de fazer campanha e de conseguir cabos eleitorais, além facilitar o acesso a recursos partidários e controle na sigla do candidato”, afirma o cientista político Humberto Dantas. Ou como canta Ice Blue, dos Racionais: “Sem ter como, sem dinheiro cê não entra no game”.
E para quem não entender o texto da reportagem, slides mostram o passo a passo da fórmula que deputados jovens privilegiados com dinheiro ou tradição política familiar, utilizam para conquistar um mandato.
O mesmo caminho que o irmão da deputada, o jovem Maurício Carvalho segue para conseguir uma vaga na Câmara de Vereadores de Porto Velho, também pelo PSDB.
A familiocracia avança.
Por Deus, pela pátria e pela família, que não se eleja.