Por Bajonas Teixeira, colunista de política do Cafezinho
O maior desejo do Judiciário e da mídia é ver o PT, e os outros partidos de esquerda, saírem derrotados nas urnas amanhã. No portal do UOl a manchete em grandes letras é: Segundo turno em São Paulo pode ficar sem PT pela primeira vez em 24 anos. Como mostramos no artigo anterior, um calendário jurídico-eleitoral, bem intenso, foi agendado para produzir impactos aniquiladores sobre o processo eleitoral. Vale repeti-lo aqui:
A denúncia contra Lula, apresentada num grande show midiático para causar abalo, feita no dia 14 de setembro.
A aceitação dessa denúncia pelo Juiz Sérgio Moro, tornando Lula réu pela segunda vez, no dia 20 de setembro, o que também teve vasta cobertura na mídia, como não poderia deixar de ser.
A prisão do ex-ministro de Lula e Dilma, Guido Mantega, no dia 22 de setembro.
A prisão do ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-Ministro da Casa Civil de Dilma, Antonio Palocci, no dia 26.
A aceitação pelo STF da denúncia contra Gleisi Hoffmann e de seu marido, Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento de Lula, e ex-ministro das Comunicações de Dilma, no dia 27.
A decretação, por Sérgio Moro, da prisão preventiva, por tempo indeterminado, de Palocci, ontem, no dia 30.
A correria da Lava Jato para realizar algumas dessas tarefas, deixou para trás um rastro de lambanças. Era preciso cumprir o calendário e ele era muito apertado. Palocci, por exemplo, foi preso no dia 26, um dia antes da entrada em vigor da proibição de prisões por conta da legislação eleitoral.
Em tudo isso, a finalidade dos articuladores, da Lava Jato, de seus procuradores e juízes, do MPF e do STF, era exercer influência sobre o eleitor, afastando-o do voto nas esquerdas.
A manchete do UOL mostra que o conjunto dessas atividades poderá, de fato, mudar a cara do cenário político que nos tornou tradicional nos últimos 24 anos, ou seja, no último quarto de século. Não é pouca coisa. Mas é evidente que essa machete, também ela, é parte do esforço de influenciar e manipular o eleitor.
O grande efeito desejado, para além da derrota do PT e da democracia, é a imposição do poder da Justiça sobre o livre curso da lógica da política. A histeria anticorrupção, fomentada pela mídia já há tantos meses, associou vida política, eleições e democracia com “métodos sujos de políticos”. Enquanto isso, juízes e procuradores, alguns recebendo mais de R$ 70 mil por mês, foram exaltados como uma seita sagrada e purificadora.
As decisões monocráticas, os decretos de juízes, deram os moldes dessa eleição. No futuro, essa talvez seja conhecida como a primeira eleição brasileira realizada dentro do modelo da Ditadura Judicial.
Caro leitor, com apoio do Cafezinho estou criando a página MÁQUINA CRÍTICA. O convido para visitar e curtir, ajudando a divulgar o projeto. Abraços. Bajonas Teixeira.