A imagem angelical de Marcela Temer no lançamento do Programa Criança Feliz, se desfez mais rapidamente que a de Peyton, a babá que parecia boazinha no filme A Mão Que Balança O Berço, de Curtis Hanson.
“Quem ajuda os outros muda histórias de vida”, disse a primeira-dama vestida e penteada como uma criança da década de 80.
Em nada combinou com a PEC 241 de autoria do governo que seu esposo ganhou num cabo de guerra político. A provação do congelamento de gastos com serviços públicos essenciais por 20 anos deixará adultos e crianças pobres infelizes.
Não faz o menor sentido esperar que saúde e educação melhorem com cortes de investimentos.
Mas, não bastasse isso, Michel Temer vetou um artigo da MP 729, iniciativa do Congresso, que elevava os recursos que prefeituras recebem para aplicar em creches que cuidam de crianças com deficiência.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é voltado à famílias que possuem renda que não ultrapasse 200 reais por pessoa, ou seja, muito pobres.
O igualmente nada angélico presidente considerou que o aumento de R$ 9,6 bilhões “representaria um impacto financeiro significativo para a União”.
Criança feliz, sim, mas pobre e com deficiência então, nem se sobrar no caixa.
Temer alegou “contrariedade ao interesse público”, sentenciando ao abandono do Estado crianças que vão nascer com deficiência, pois não serão beneficiadas com a ajuda de um salário mínimo.
Vale destacar que a PEC 241 só foi aprovada em primeiro turno o que significa dizer que faltam três votações, mais uma na Câmara e duas no Senado.
A pressa em tirar de quem mais precisa para manter privilégios de quem não precisa é maldade pura.
O Brasil do casal Temer não é um país, é um fingimento, como profetizou o escritor mineiro Affonso Romano de Sant’Anna. Somos por maioria pobres e a ausência do Estado vai implodir a mentira da PEC 241.