Se Hildon é Dória, Porto Velho é a favela do Buraco Quente

Se Hildon é Dória, Porto Velho é a favela do Buraco Quente

caotico

Se João Dória não tivesse sido eleito em São Paulo, certamente o candidato tucano de Porto Velho evitaria realçar semelhanças como sugeriu reportagem da revista Veja e a militância compartilhou com entusiasmo.

O milionário que fez cara feia pra comer um pastel e tomar um pingado virou prefeito e a equipe de Hildon Chaves aposta que o eleitor de Porto Velho também pode se deslumbrar com o perfil caricato que brada o social só para atingir seu ideal.

Se colar, paciência, pois vivemos tempos que desafiam todas as ciências. Por que o PSDB, que tem lideranças entre as mais citadas nas delações da Operação Lava Jato elegeu mais em todo o país com a sociedade revoltada com os escândalos de corrupção?

Só o tempo e a ciência do marketing pra explicar o que foi essa pandemia de hipocrisia.

Dória e Hildon são milionários, empresários e se dizem não-políticos, mas ao longo do primeiro turno sofreram cobranças pelo que dizem e o que realmente são.

Como é não ser político e viver colado a poderosos grupos econômicos e políticos?

Os dois de fato são empresários de sucesso, mas é preciso que o eleitor tenha em mente que enquanto a administração privada foca no interesse particular, a pública foca no interesse comum. O que motivou os dois a perseguir o sucesso financeiro na vida pessoal não serve como garantia aos votos dos eleitores.
Se aproveita muita coisa da administração privada na pública, mas pra quem não conhece a cidade como declarou Hildon, repetir o sucesso de suas empresas na prefeitura é um desafio novo e impossível.

Ele não conhece Porto Velho e até esta eleição Porto Velho não o conhecia.

A 15 dias da votação o ilustre desconhecido que aceitou a convite do partido disputar o comando da cidade, ainda não se mostrou ao eleitor como deve.

Se vendeu como não integrado a grupos políticos, mas a imprensa revelou que o ex-promotor mantém sociedade com a esposa do senador cassado Expedito Júnior. A sócia também tem condenação por abuso de poder e captação ilícita de sufrágio. À Veja, Hildon declarou “que o negócio nunca chegou a funcionar e que anualmente o declara como sem movimento.”

Por que disse que não pertencia a grupos políticos? Por que segue sócio de uma empresa no Rio de Janeiro que não funciona? Seria uma receita de sucesso manter ativa uma sociedade que não rende nada?

As perguntas que poucos ousam fazer na imprensa ou nas mídias sociais são vistas pela militância do candidato como ‘baixaria’. No primeiro debate da reta final, Hildon usou boa parte do tempo de sua apresentação para se dizer vítima de ataques pessoais.

É uma campanha que segue com pauta negativa, com a urgência de que Hildon Chaves se revele ao eleitor. Se acha bacana ser comparado a Dória é bom saber que muitos consideram Porto velho o Buraco Quente, nome de favela e do tradicional sanduíche de carne moída de São Paulo.

O que há de chique na capital do Estado são suas belezas naturais e cultura, o que Hildon já demonstrou que não conhece, não frequenta.

O desigualtômetro aqui, há muito disparou com políticos que só circulam em todas as regiões em época de campanha.
Para minimizar a desigualdade, a feiura de Porto Velho, é preciso visualizá-la e investir onde se expressa mais fortemente, onde não nada chique.

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