HILDON, A INVENÇÃO DE EXPEDITO JÚNIOR

HILDON, A INVENÇÃO DE EXPEDITO JÚNIOR

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Faltam só 13 dias para os eleitores de Porto Velho decidirem qual a melhor opção como prefeito, se o jovem deputado Léo Moraes (PTB) ou ex-promotor e empresário Hildon Chaves (PSDB). Os dois chegaram ao segundo turno com distância de 1% de votos, mas a diferença de perfil dos candidatos é imensa.

O ex-vereador e deputado Léo Moraes faz questão de dizer que é vocacionado à política, que se preparou para ser prefeito e conhece a cidade pelos seus quatro cantos.

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Hildon Chaves diz o oposto, que não é político, que só aceitou concorrer porque na recusa da deputada Mariana Carvalho o partido indicou seu nome e que apesar de morar por 16 anos na capital, sua rotina era da casa para o trabalho.

O petebista vem de família com tradição na política e nem que quisesse poderia negar como despertou o interesse pela vida pública. Os filhos e parentes de políticos sustentam a base do nosso sistema eleitoral, realidade da qual não podemos fugir.

Da mesma forma é impossível acreditar que alguém meta a cara numa disputa pra prefeito sem um elo muito forte com um grupo político, como insiste Hildon.

Não fosse candidato, os portovelhenses talvez jamais soubessem que ele é sócio da esposa do senador cassado Expedito Júnior, também condenada por abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio. O empresário milionário reconheceu à revista Veja “que o negócio com Valdelise Ferreira nunca chegou a funcionar e que anualmente o declara como sem movimento.”

Que ele tem laços com grupo político, já não dá pra negar. Agora como um ex-promotor que se disse rigoroso como acusador, se sentiu à vontade para integrar a sociedade que não dá lucro, permanece uma incógnita.

Por que se manteve num negócio que tem endereço fora do Estado, que não dá lucros?

A sociedade empresarial com quem já concorreu a cargo eletivo, cujo esposo é presidente do PSDB em Rondônia, desmonta o discurso de Hildon Chaves no que diz respeito a não frequentar o meio político. Se eleito, a mulher do senador cassado, terá um sócio ou ex-sócio caso deixe de ser, na prefeitura.

Muitos eleitores não sabem dessa relação e quando sabem, pulam fora.

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O que também chama a atenção nos programas eleitorais do tucano é que ele confunde o eleitor realçando suas qualidades como empresário. Como é vedada a participação de servidor público como administrador em sociedade, resta evidente que sua experiência como gestor de suas empresas se resume há três anos, desde que pediu pra sair do Ministério Público.

Neste curto espaço de tempo, ninguém constrói um império. Um sócio cotista normalmente não tem qualquer participação na administração de uma empresa. O mérito do fenomenal sucesso empresarial, por uma questão de honestidade, deveria ser atribuído à sua esposa que administrou os negócios.
Quando fala aos eleitores, Hildon se porta como novo, avesso às práticas do que chama de “velha política”, só que seu discurso é mais antigo que guerra de espada.

Nos programas de TV, visita famílias carentes e se solidariza com a dureza da vida em regiões que candidatos só aparecem em período de campanha e nas quais nunca pisou. A uma moradora que lhe serviu o café perguntou o que o bairro precisa.

O combate à corrupção que é um dever, Hildon destaca como promessa, aliás, também tão conhecida quanto a oração do Pai Nosso.

Um debate com jornalistas inscritos e não só da mídia tradicional, sem entrega prévia de perguntas, ao vivo, revelaria muito mais desse ilustre desconhecido que se juntou à quinquilharia da política para oferecer um novo jeito de governar.

As faculdades, ambientes onde a crítica encontra mais liberdade, convidaram os candidatos ao debate, mas Hildon alegou falta de tempo na agenda.

A mim, não resta a menor dúvida de que apesar de ter um nome limpo e serviços prestados nesta terra, Hildon não passa de uma invenção de Expedito Júnior.

Ao eleitor, uma fantasia que pode custar muito caro, porque além de ter assumido que nunca desejou ser prefeito, não conhece a cidade.

Pra mim, prometer cuidar do que não conhece, jamais será relativo.

Foto: Ney Cunha no Rondoniaovivo

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