Editorial
Debate Progresista
Não, a prisão de Eduardo Cunha não “implode” o discurso de que Sérgio Moro é parcial. Tudo caminha conforme o planejado pelo PSDB e pelo próprio juiz.
Como sempre ressaltamos em nossos artigos e editoriais, o objetivo do golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff não foi colocar Michel Temer no Planalto. O escopo sempre foi a volta do PSDB ao poder. Também mostramos a existência de um pacto entre tucanos, mídia e judiciário – do qual Sérgio Moro faz parte.
O juiz – cujo o pai foi fundador do PSDB no interior do Paraná – demonstrou uma parcialidade imensa em seus julgamentos; a começar pelo caso do Banestado, que envolveu diversos políticos tucanos, sem nenhuma condenação.
Mas e a mídia? Ela continua cumprindo o seu papel, colocando Lula nas manchetes a cada denúncia sem provas que surge. O ex-presidente é a maior ameaça ao intento tucano.
E Michel Temer? Inicialmente, a cúpula tucana se comprometeu em apoiá-lo, mas, de acordo com os planos da elite paulista, tal apoio jamais chegaria a 2017. Michel Temer foi o beneficiário direto por ter sido o vice-presidente, o golpe foi dado para que o PSDB volte ao poder e não para o PMDB.
Com a iminente delação de Eduardo Cunha, Temer se prepara para sair de cena, ele não é mais necessário; assim como Eduardo Cunha – que já cumpriu seu papel ao iniciar o impeachment da presidenta eleita. Claro que o ex-presidente delatará tucanos, mas nenhum deles será investigado. O que mostrará que a parcialidade de Sérgio Moro não acabou.
Com o plano em perfeita execução, tudo caminha para o objetivo final do golpe. PSDB, mídia e o judiciário – onde Moro está inserido – comemorarão, com champanhes e escargot, a subida de um tucano na rampa do Planalto em 2017 ou, até mesmo, em 2018.
Foto: Lula Marques – Jornalistas Livres