Luiz Antonio Simas
Vou dar uma de consultor sentimental. Com a chegada do calor, exponho uma tese que já desenvolvi aqui em certa ocasião: o tempo nos ensina que o segredo não é beber a bebida que nós gostamos.
Isso é erro de criança. O babado é descobrir a bebida que gosta da gente. Se você ama a danada, mas ela te odeia, pula fora. O uísque me detesta e renega. A cerveja, todavia, me ama, quer o meu bem e a minha companhia constante.
A tequila me odeia. O gim me execra. O chope me adora. O do Adônis, em Benfica, me venera, é louco por mim e deixa evidente esse sentimento todo. É tanta paixão que eu evito vulgarizar o sentimento e só apareço de vez em quando. Aí a gente se atraca e é fogo e paixão e undererê o tempo inteiro. No dia seguinte, as recordações são as melhores possíveis. Eu nunca entendi direito o que vinho sente por mim; o safado me seduz, me despreza e nunca definimos a relação. Prefiro evitar para não sofrer. É caso fortuito. Sou um sujeito gentil: retribuo o amor, vivo a paixão, e sei lidar com um fora sem bancar o mala insistente. Vai por mim: a dica é gostar de quem gosta da gente.