Por Léo de Brito
No 247
Em 4 de novembro de 1969, era assassinado o comandante Carlos Marighella, dirigente da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de combate e luta contra a ditadura militar. Quarenta e sete anos depois, vivenciamos novamente um episódio trágico no golpe de Estado em curso, comandado pelo governo ilegítimo de Michel Temer e pelas forças neoliberais.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi, nesta sexta-feira, novamente vítima da criminalização por parte do aparato repressor do estado paranaense do juiz Sérgio Moro e de seus asseclas. A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), no interior de São Paulo, foi invadida por polícias civis fortemente armados, sem mandado de busca, ferindo mais uma vez o Estado de Direito no nosso país.
O objetivo da operação de hoje foi o de prender e criminalizar as lideranças dos Acampamentos Dom Tomás Balduíno e Herdeiros da Luta pela Terra, militantes assentados da região central do Paraná. Desde maio de 2014 aproximadamente três mil famílias acampadas ocupam áreas griladas pela empresa Araupel. Essas áreas foram griladas e, por isso, declaradas pela Justiça Federal terras públicas, pertencentes à União que devem ser destinadas para a Reforma Agrária.
Segundo o MST do Paraná, a empresa Araupel “se constitui em um poderoso império econômico e político, utilizando da grilagem de terras públicas, do uso constante da violência contra trabalhadores rurais e posseiros, muitas vezes atua em conluio com o aparato policial civil e militar, e tendo inclusive financiado campanhas políticas de autoridades públicas, tal como o chefe da Casa Civil do Governo Beto Richa, Valdir Rossoni”.
Essa ação demonstra que o golpe iniciado contra a presidenta Dilma Rousseff está seguindo seu propósito e agora avança rumo à criminalização de movimentos sociais legítimos. O MST é responsável pela garantia de alimento saudável na mesa de milhares de brasileiros, pelo resgate da cidadania e da dignidade de nosso povo ao longo de seus mais de 30 anos de existência.