Via Raphael Benvilaqua
Procurador da República em RO
Já disse algumas vezes, mas não acho dispensável repetir: não sou pacifista e reconheço o papel da violência na história. Conhecemos bem os conceitos de legítima defesa e luta contra a opressão.
Também parece importante destacar o óbvio: Garotinho e Cabral são dois canalhas notórios, seja no aspecto moral, no jurídico ou no político. Sempre fizeram jogo duplo e se aproveitaram das oportunidades que tiveram.
Dito isso, passo ao fundamental: o vídeo do Garotinho agonizando no hospital e raspar a cabeça de quem quer que seja é aviltante, humilhantes e degradante da imagem humana.
Aprendi a ser revolucionário com meus pais como ato de compaixão e amor por toda humanidade. Luto para que todos possam ter iguais direitos, iguais oportunidades. A luta contra quem se coloca no caminho da libertação universal não é uma luta de ódio, não é vingança, é um grito de resistência. Não queremos trocar tiranos, não queremos substituir torturadores, não desejamos virar opressores: lutamos para que não exista mais tirania, tortura e opressão.
O alívio de derrotar o inimigo é muito diferente do regozijo e a troça com o sofrimento alheio. Usar as mesmas armas da classe dominante é reproduzir o que nos matem dominados. Não é o amor que vai mudar o mundo, e sim a luta, mas se lutarmos sem amor, estamos fadados a perpetuar a pré-história da humanidade.
Contem comigo para a batalha mais difícil, desesperada e até mesmo aparentemente perdida no caminho de um mundo novo, mas nunca para colocar mais lenha na fogueira da barbárie fascista.