Um vídeo em que o senador Ivo Cassol (PP-RO) aparece alimentando uma anta em sua fazenda casou polêmica nas redes sociais.
Segundo a esposa que narra a cena, Ivone Cassol, a anta “de estimação” só aparece à noite na propriedade que diz ser o “paraíso de Rondônia”.
A beleza da cena é ofuscada pela mensagem tipo ostentação do senador e soou mais como provocação à revolta do que ao riso.
“Vou aproveitar o feriado e vou pescar. Pode ter certeza que vou me lembrar de vocês tomando um whiskyzinho com gelo de côco, de 21 anos.”
Muita gente supôs que o “vocês” da mensagem foi um agradecimento aos ministros dos tribunais superiores.
No Supremo Tribunal Federal, adiaram a análise de um recurso contra o cumprimento da pena de 4 anos e 8 meses de prisão em regime semiaberto, por crime de fraude à licitações quando Cassol foi prefeito de Rolim de Moura.
O ministro Dias Toffoli iniciou a divergência propondo que a pena seja reduzida e convertida em prestação de serviços à comunidade.
O ministro Teori Zavascki pediu mais tempo para analisar a sugestão e a condenação que se arrasta desde 2013 não tem data para ser cumprida.
Cassol e mais três foram condenados pelo crime de fraude em licitação “num esquema criminoso que consistia no fracionamento ilegal de licitação em obras e serviços”, segundo o Ministério Público.
Não dá pra garantir pra quem vai o brinde do senador com whisky 21 anos e gelo de côco, mas é graças a demora nos tribunais superiores, agravada com pedidos de vista, que Ivo Cassol não cumpre pena de prisão e se mantém no mandato.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi também um pedido de vista feito pelo ministro Gilmar Mendes que suspendeu o julgamento do recurso apresentado pelo senador contra ação que pode resultar na cassação do mandato.
Cassol teria se beneficiado com a realização de um showmício religioso com o pastor Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, na campanha de 2010.
Uma coisa é certa.
O senador tem o que comemorar este ano, mas não é dos eleitores que se lembrará ao fazer o brinde.
No STF, quatro ministros acompanharam o voto de Dias Toffóli no sentido de substituir a pena restritiva de liberdade por restritiva de direito e só faltam dois anos para o fim da legislatura na qual Cassol tomou posse e o TSE não julgou se deve ou não perder o mandato por abuso de poder econômico.
Tim tim!