Um ultraje a entrega do manifesto de apoio ao ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, de pressioná-lo para acelerar junto ao Iphan a liberação das obras de um prédio onde tem apartamento.
O líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado André Moura (PSC-SE), convenceu outros que dão sustentação ao governo a protagonizarem a cena bizarra em resposta a abertura de processo para investigar a conduta de Geddel na Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
Sem qualquer menção às acusações lançadas pelo ministro que perdeu o cargo após denúncias, os líderes aliados a Temer destacaram que Geddel tem agido “de maneira técnica, competente e tendo como premissa maior o diálogo”.
Não é primeira vez que André Moura articula manifestação de apoio e confiança a um colega denunciado que tem sua conduta questionada.
Há um ano ele assinava com outros 12 líderes de bancada um manifesto semelhante contra processo no Conselho de Ética por suposta quebra de decoro parlamentar, do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
André Moura insinuava que tinha conseguido mais de 200 assinaturas e foi quem leu na tribuna do plenário a nota de apoio a Cunha que destacava: “Ratificamos o total apoio e confiança em sua condução na presidência da Câmara dos Deputados.”
Por mentir em depoimento à CPI da Petrobras sobre a existência de contas secretas na Suíça, o ‘confiável’ amigo íntimo de Moura, foi cassado, se tornou réu no Supremo Tribunal Federal e cumpre prisão preventiva há um mês.
A indicação de Moura como líder do governo Temer na Câmara teria partido de Eduardo Cunha.
Moura é generoso com colegas que são alvos de denúncias e age rápido pra abafar escândalos.
O deputado ‘solidário’ é réu em várias ações, seis no STF, como noticiou O Globo, “por crimes que vão de apropriação indébita, desvio ou utilização de bens públicos do município de Pirambu (SE), e até mesmo uma suposto envolvimento em um caso de tentativa de homicídio.”