ESPIGÃO DE GEDDEL NA BAHIA FOI LIBERADO COM PARECER ILEGAL

ESPIGÃO DE GEDDEL NA BAHIA FOI LIBERADO COM PARECER ILEGAL

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Bahia 247 – A autorização que superintendência do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) na Bahia deu para a construção do condomínio La Vue —espigão de cem metros em que o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, tem um apartamento— foi baseada em um estudo interno e sem valor legal.

Documento que liberou a obra foi assinado por um profissional sem qualificação para julgar o impacto paisagístico em uma área de bens tombados como a que está inserido o espigão e contrariou estudos técnicos anteriores, que indicavam a necessidade de proteção da região em que está inserido.

As informações são da Folha de S.Paulo.

“Em nota enviada nesta segunda-feira (21), o superintendente do Iphan na Bahia, Bruno Tavares afirma que liberou a construção do edifício “Le Vue” com base em critérios técnicos.

Tavares foi quem assinou o parecer em 2014 liberando a construção do prédio de 30 andares próximo a monumentos tombados, como a Igreja de Santo Antônio e o Forte de São Diogo.

Na mesma nota, contudo, Tavares afirma que o estudo usado como base para autorizar o empreendimento ainda não havia recebido o crivo do Departamento de Patrimônio Material do Iphan Brasília.

Ou seja, era um estudo interno e ainda não tinha valor legal.

A Folha ainda apurou com servidores do Iphan na Bahia que já havia um estudo interno no órgão que determinavam uma área de proteção no bairro da Barra que incluiria o terreno onde começou a ser erguido o “Le Vue”.

Mesmo assim, um novo estudo sobre a proteção de patrimônio na área foi feito em 2013, poucos meses antes da constituição da empresa responsável pelo “Le Vue”, a Porto Ladeira da Barra Empreendimento.

O IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) ainda aponta irregularidade no parecer emitido em 2014 por Bruno Tavares.

O parecer de Tavares ainda foi de encontro a um outro parecer anterior assinado por duas arquitetas, uma do Iphan e uma da prefeitura, que deliberaram sobre o assunto do Etelfe (Escritório Técnico de Fiscalização), e recomendaram a readequação do projeto do empreendimento.

Meses depois de emitir o parecer contrário ao “Le Vue”, órgão colegiado tripartite com Iphan, Estado e prefeitura, o Etelfe foi extinto.

Segundo Bruno Tavares, a extinção do órgão “não guardou relação com a análise de nenhum empreendimento”.”

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