Conselhos ao Dr. Hildon

Conselhos ao Dr. Hildon

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Por professor Nazareno

Outro dia quando escrevi um texto sobre a eleição do Dr. Hildon do PSDB para ser o próximo prefeito de Porto Velho e pedir-lhe os pêsames por aquilo que todo mundo achava uma glória, uma grande felicidade eu fui duramente criticado por tê-lo alertado sobre o abacaxi que ele herdou.

Num programa de televisão sem muita audiência de uma emissora local fui alertado por duas loiras bonitas: “esse professor devia se candidatar a vereador em vez de fazer críticas atrás de um computador”, disse uma deles cheia de más intenções comigo. “Dê sugestões ao novo prefeito”, continuou a bela loira toda eufórica e já aborrecida.

Elas podem não saber, mas jamais quero me candidatar a qualquer cargo político. Muito menos na capital da podridão. Escrevo textos e não tenho culpa se pessoas os leem e com eles se estressam. É minha função.

Mesmo assim, no referido texto havia muitas sugestões para o Dr. Hildon. Basta fazer uma pequena releitura do mesmo para perceber as minhas boas intenções.

Discordo humildemente da bela e nobre apresentadora: para dar sugestões a qualquer político deste país, não é necessário ser um deles. Somos cidadãos livres e gozando plenamente dos nossos direitos políticos podemos dar nossas opiniões. E por isso não medi palavras naqueles escritos para ajudar o futuro prefeito.

E reitero: em Porto Velho ainda há tudo por se fazer. Mas todos os prefeitos anteriores que tentaram fazer algo naufragaram no mar de boas intenções.

O Dr. Hildon precisa fazer as coisas certas pela fedida capital. A começar, claro, pela escolha do seu futuro secretariado. Como fazer o prometido choque de gestão com figurinhas já carimbadas do nosso triste meio político?

Outra bela jornalista, a minha competente amiga Sandra Santos, disse-me outro dia que eu deveria fazer um texto sem ironias sobre a nova administração da “capital dos destemidos pioneiros”.

Precisava dar palpites, boas sugestões e mostrar de maneira coerente como o novo prefeito deveria agir para tirar a cidade do marasmo secular em que lhe meteram. Claro que sempre me envergonhei em trazer parentes meus para me visitar. O que Porto Velho tem para oferecer aos seus poucos e escassos visitantes?

Absolutamente nada de atraente se vê por aqui. A não ser que desorganização, lodaçal, falta de mobilidade urbana, lixo, violência, urubus, ratos, lama, poeira, fumaça e esgotos a céu aberto sejam atrações turísticas.

Pouquíssimos portovelhenses com boas condições financeiras têm coragem de passar suas férias de fim de ano na cidade. É mentira?

Administrar com os pés no chão já seria um bom começo. Nada de “adornar teus canteiros, perfumar teus ares e fazer felizes todos os teus lares”. Isso é balela, tolice, enganação, farsa, embuste.

É letra de música brega, ridícula, cafona. É coisa de galanteador barato se dirigindo a sua amante ou a uma prostituta ordinária.

A excelente blogueira e jornalista Luciana Oliveira disse que eram “os versos mais barrelas e ridículos que já apareceram por estas bandas”. Mas encantou o tolo, pateta e semiletrado eleitorado desta capital, infelizmente.

Atenção, Dr. Hildon: faça retornos na Avenida Vieira Caúla, não arranque mais nenhuma árvore da cidade, faça belas decorações de Natal, canteiros floridos, uma nova rodoviária, nunca comece uma obra sem previsão de término, dê uma função para o seu vice, termine o seu mandato e faça valer cada suado centavo que pagamos em impostos. Ou o senhor quer mais sugestões?

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