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A Folha publicou em sua edição de hoje, a título de comparação, duas fotos aéreas da avenida Paulista, de duas manifestações distintas – ambas retratam a concentração de pessoas em torno do MASP.
Uma fotografia de uma manifestação em 2015, com cerca de 135.000 pessoas.
Outra, da manifestação de ontem, com cerca de 15.000 pessoas.
Afinal, o que distingue uma manifestação da outra – além da data?
Uma resposta possível: o momento político.
Qual o motivo da manifestação de ontem ter sido “pífia”, por assim dizer?
Outra: por que uma manifestação que era, a princípio, pelo “Fora, Temer” ou pelo “Fora, Todos” transformou-se, de repente, em um mero e ralo “Fora, Renan!”?
Arrisco uma hipótese: o esvaziamento da manifestação deve-se ao fato deste último protesto, diferentemente dos outros, não ser mais contra o PT. Afinal, o PT já foi defenestrado.
Por suposto, tampouco as centenas de milhares de manifestantes, vestidos de verde e amarelo, saíram às ruas em 2015 contra a corrupção. A motivação preponderante era apear os petistas do poder e, para alguns outros mais “fanáticos”, minoria creio, instalar uma ditadura militar, uma “intervenção militar”.
Ou seja: os que realmente saíram às ruas até então para se manifestar contra a corrução e a favor da Lava Jato, constituem uma minoria.
O “Fora, Temer” foi, ao final, abortado (ou ignorado) porque essas manifestações parecem carecer de coerência e de boas intenções. Dentre outras carências.
Cá entre nós: parece ser tudo mais ou menos combinado entre as lideranças desses “protestos” e a fina flor do tucanato.
Pois, ao que tudo indica, a “jogada” seria entregar o poder nas mãos dos tucanos – seja agora em 2017 ou em 2018.