No Cafezinho
Eleita como uma das “Mulheres do Ano” pelo jornal Financial Times, Dilma concede entrevista. “O processo de corrupção é feito nas sombras, e os corruptos fazem de tudo para que permaneça assim”.
O fracasso retumbante do governo Temer fez investidores e imprensa internacional constatarem que o Brasil cometeu um erro trágico ao permitir o golpe contra Dilma Rousseff.
O jornal norte-americano Financial Times, que promove uma eleição com as “Mulheres do Ano”, inclusive, selecionou Dilma como candidata, e fez uma entrevista longa com a ex-presidente. Ao lado dela concorrem personalidades como Theresa May, primeira-ministra da Inglaterra; Maria Grazia Chiuri, primeira mulher a comandar a presidência da Dior; Park Geun-hye, presidente da Coreia do Sul, Hilary Clinton e outras.
Em Porto Alegre, Dilma falou sobre o golpe, o governo ilegítimo e as dificuldades enfrentadas na crise econômica brasileira. Para ela, “durante uma recessão, praticar política de austeridade é como suicídio”.
A entrevista reafirma que Dilma, ao contrário de muitos políticos brasileiros, não é uma pessoa corrupta, e também relembra que contra a ex presidente não há acusações na justiça. A publicação enfatiza que, apesar do processo de impeachment, muitos políticos que são réus na justiça continuam no governo.
A iniciativa do Financial Times expõe o jornalismo “chapa branca” exercido no Brasil. Até hoje a imprensa nacional esteve ocupada em bajular o presidente golpista, e ainda não teve a coragem e a virtude democrática para conversar com a ex presidente sobre o impeachment.