A Justiça brasileira, hoje, desmoralizou-se a um ponto nunca visto.
Por Fernando Brito
Tojolaço
Por manter Renan Calheiros, da mesma forma que se desmoralizaria – talvez não na mídia, mas certamente no que resta do meio jurídico – – se tivesse afastado Renan.
A sede de poder ilegítimo construiu este impasse para a Justiça Brasileira.
Ela, que é parte do poder, resolveu arvorar-se em ser o Poder.
Como dizem os gaúchos, entrou como leão para sair como cão.
Embora inexplicavelmente voluntarista e inconstitucional nos seus fundamentos, a decisão de Marco Aurélio Mello era perfeitamente alinhada com a postura intervencionista que o Supremo, faz tempo, vem adotando.
Em lugar de julgar atos, leis e decisões, passou a julgar – ainda que indiretamente – pessoas.
O próprio Judiciário absorveu o “espírito Moro”: não importa o por quê, não importa o como, não importam os métodos: tem é de “pegar fulano ou pegar beltrano, como o juiz de Curitiba.
Desde a semana passada, Renan era a “bola da vez”.
Tinha “roído a corda” do acordo para não votar a punição a juízes e promotores por abuso de autoridade.
O que “foi pro saco” com o acordo para salvar sua cabeça.
Que envolveu acordos e conchavos com Temer para levar à decisão de hoje.
A Ministra Cármem Lúcia, que reclamou de Renan chamar um juiz de “juizeco” já conseguiu em pouco tempo à frente do Supremo, criar diante da opinião pública uma expressão que ninguém dirá, mas está em todas as mentes: ministrecos.
PS. Altas horas, saiu me um erro estremecedor: sobre, no lugar de sob. no título. Quase um erro supremo.