No Tijolaço
Fernando Brito
O editorial de O Globo – que nada tem de bobo – mostra como o comando do império midiático está tremendo diante da possibilidade de que a população se mobilize por eleições diretas no caso (no caso?) de uma queda de Michel Temer da Presidência.
“Caso a gestão de Temer seja interrompida depois do dia 31, quando chega ao fim a primeira parte do mandato no qual ele foi investido presidente, seu substituto será escolhido em eleição indireta, realizada em até 30 dias após ter sido declarado vago o cargo. Pode concorrer todo brasileiro nato, com mais de 35 anos.
Não há, então, motivos para “jeitinhos”
Jeitinho?
Desde quando a soberania popular é “jeitinho”?
Emenda-se a Constituição para cortar gastos em saúde, em educação, em assistência social que está já, bem inscritos, com todas as letras, e não é “jeitinho”. Ao contrário, é “o dever de casa”.
E nem acabou-se de consumar esta monstruosidade e vão lá emendar a Constituição onde estão gravados os direitos previdenciários e assistenciais dos cidadãos e isso não é “jeitinho”, mas a solução “tabajara” para todos os problemas econômicos do Brasil.
Lembro a frase de Leonel Brizola: “onde a Globo está, do outro lado está o interesse do Brasil e do povo brasileiro”.
Não é por acaso que até as pesquisas mostram que a maioria da população é a favor de que um novo presidente seja escolhido pelo voto direito. É, não apenas porque é seu inalienável direito como, também, porque sabe que qualquer um, escolhido indiretamente, terá um vício de ilegitimidade que o tornará outro inútil como o que temos.
Aliás, a Globo tem de lavar a língua com sabão quando falar em respeito a constituição e em eleições. Já ajudou a golpear a primeira e a impedir, por 25 anos, as segundas.
Aliás, só passou a mostras as “Diretas-Já” de 1984 quando as multidões já enchiam as ruas.
Quando o inimigo do Brasil e dos brasileiros diz “aí, não” está mostrando a todos onde é o “aí, sim”.