247 – João Doria Júnior pretendia abafar, sendo um misto de Jânio Quadros e Paulo Maluf em sua estreia como prefeito de São Paulo.
Às 6h da manhã, o tucano estava vestido de gari, acompanhado de seus secretários, para varrer ruas já varridas em São Paulo.
O resultado da iniciativa descaradamente populista está nos jornais de hoje. A Folha ironizou o “faz de conta” do prefeito da maior cidade do País e disse que, na verdade, ele não saiu para varrer ruas, mas apenas para posar para fotos.
Doria também apanhou da própria Globo, empresa com a qual deve manter parceria estratégica nos próximos anos, transferindo verbas de publicidade para tentar se eleger governador de São Paulo.
“O gestor moderno retrocedeu alguns anos para igualar-se a políticos populistas como Jânio Quadros no primeiro dia do que prometia ser uma gestão pública modernizadora”, escreveu Merval Pereira.
“Quando o prefeito João Doria Júnior se vestiu de gari, ele estava fazendo um ato que nada tem a ver com governar, mas sim com propaganda. Se quiser a cidade mais limpa, há muito o que um prefeito pode fazer além desse gesto de pura demagogia”, pontuou Miriam Leitão.
As melhores mensagens, no entanto, vieram de eleitores. Eis algumas delas:
Confesso que votei em Doria com boa dose de expectativa, já que ele não tem nenhum histórico negativo de administração pública. Agora, vê-lo acompanhado de acólitos vestidos de garis limpando as ruas de São Paulo me decepcionou enormemente. Esse tipo de manifestação, ridiculamente populista, não tem nada a ver com administrar a cidade. O povo sabe que ele e seus secretários nunca pegaram em um cabo de vassoura.
ANTONIO PEDRO DA SILVA NETO (São Paulo, SP)
Para quem se vendeu como gestor moderno e sujeito não político, factoides midiáticos como fantasiar-se de gari e fingir varrer meio metro linear de calçada soam meio déjà-vu. Lembranças da janista “varre, varre, vassourinha” e de outras ações voluntaristas e demagógicas da era “collorida” vêm facilmente à cabeça. Em todas, há a convicção errada de que o povo é ingênuo.
FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP)