A lógica do absurdo

A lógica do absurdo

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Tem uma galera que acha errado o Estado cuidar com dignidade de presos e pagar indenizações quando um ou mais morrem sob sua tutela.

Isso, sem considerar quem e por que morreu.
O julgamento pessoal inclui nenhuma dosimetria sobre os que foram condenados à restrição da liberdade, não a morte.
44% dos presos são provisórios, mas é dai?
Justiça? Que impere a justiça dos mais bandidos e pronto.
E os agentes expostos à barbárie? Fodam-se? Quem mandou trabalhar lá?
O que defendem inconscientemente é o desprezo do Estado com obrigações pelas quais pagamos.
Se houvesse uma contribuição facultativa específica pra garantir só comida aos presos, certamente muitos recusariam.
Por sorte, morreriam né?
E daí se saíssem mais brutalizados e fossem bater na porta dos que apostam no descaso como solução pra segurança pública?
Lógica zero, mas tudo bem.
É ao Estado que compete o controle social, portanto, o que é determinado como política governamental reflete no padrão de comportamento geral.
Já estamos brutalizados a ponto de não vermos que a indiferença só agigantou o cenário caótico no sistema prisional.
E daí?
Tem tanta gente citando casos concretos, exceções como regras, ignorando estatísticas e todo o trabalho científico sobre essa questão, que é mais fácil aderir ao discurso do extermínio em massa.
Pena de morte com a bala paga pela família, que tal?
No país do judiciário mais honesto do mundo, não haveria seletividade, nem erro.
Os crimes praticados por ricos não prescreveriam por demora.
Sério que acreditam isso?
Não pode ser, porque não temos um país, nem uma sociedade, temos um fingimento.

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