No Tijolaço
Por Fernando Brito
A Folha publica hoje que, nas contas feitas com informações do “Credit Suisse Wealth Report 2016” e na lista de super-ricos da revista “Forbes” – duas nada “bolivarianas” instituições, as oito pessoas mais ricas do mundo possuem o mesmo que nada menos que 3,6 bilhões de seres humanos. Isso mesmo, 3 bilhões e seiscentos milhões de seres humanos, metade da humanidade ou 18 vezes toda a população brasileira.
E, como se não bastasse, o aumento na renda do 1% mais rico foi 182 vezes maior em relação ao crescimento dos ganhos 10% mais pobres entre 1988 e 2011.
Nem nos dias que antecederam a Revolução Francesa houve tamanha desigualdade.
Não há a menor viabilidade histórica de um sistema econômico com este grau de concentração da riqueza.
Nenhuma, a não ser a da repressão e a da guerra.
Todas as tentativas de minorar este quadro, pela afirmação dos países emergentes é brutalmente interrompida pela ação dos impérios econômicos, sobretudo na criminosa abolição das regras protecionistas das relações comerciais e financeiras mundiais, que permitem a acumulação de riqueza internamente e, mesmo que as estruturas destes países não sejam nenhuma maravilha de distributivismo, ao menos reduzir a monstruosidade que os números.
Enquanto isso, nos mantém divididos em tribos em conflito, como faziam os antigos colonizadores.