Se eu pensar a cidade como os prédios, ruas e praças, não verei tantos motivos pra comemorar efusivamente o passar de anos e governos.
Veria Porto Velho como uma mulher submetida a várias cirurgias plásticas mal sucedidas.
Um século de um processo de gentrificação, a substituição de paisagens com forte carcateristica popular por meio da revitalização dos espaços urbanos. As áreas mais pobres, de caráter popular por construções típicas, dão lugar a áreas nobres.
O espaço geográfico urbano se transforma, sem considerar o que não deveria ser mudado, mas revitalizado.
Que tal o triângulo?
O Cai n´Água?
O Mocambo.
Entra e sai governo e Porto Velho vai perdendo um pouco da sua identidade. Ontem pintaram tudo de vermelho e hoje, de azul e amarelo.
A cidade é cada vez mais outra.
Mas, tua menina com todas as rachaduras do tempo e desilusões, está aqui.
Por isso festejo o que de melhor se aproveita na cidade, os saberes, muita coisa boa do modo de viver e criar, as tradições culturais que resistem sem apoio e com perseguição burocrática, o patrimônio histórico que se sumir completamente, e espero que isso não aconteça, seguirá contando a história a quem chega.
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