Por Antônio Serpa, o Basinho
A peia é o esmeril, a refrega contundente e inevitável. Arde no instante da chibata, doi no calor da luta, esquenta o couro e a cuca, sangrando de vez em quando, mas rasga as mortalhas viscerais no útero do amadurecimento e faz crescer a cada Batalha, a cada momento, prenunciando no campo de guerra o lapidar de uma voz crítica sempre mais ardente e mais presente, nunca derrotada nem omissa, nunca gratuita nem pessoal, e sempre oportuna e necessária, porque altiva e atuante, retumbante e contributiva!
A peia vem, fere e faz estragos, mas logo se detém e se dilacera, e sucumbe, e pira, e cala, no bojo maior e avassalador do que não pode nem deve calar, essa denúncia incontida, essa pronúncia polida da música crítica, irreverente e bela no ar!