A situação é de desespero no distrito ribeirinho que fica distante 200 quilômetros da Capital e onde vivem mais ou menos 500 pessoas.
O deslize de terras tem avançado diariamente e nada foi feito pela prefeitura de Porto Velho para prevenir que casas e comércios sejam destruídas com desbarrancamentos.
Os técnicos da Defesa Civil do município estiveram na comunidade e viram a gigantesca cratera que se formou a poucos metros de pousadas e restaurantes, mas não fizeram nada além de sinalizar a área de risco.
“Pedimos socorro! Já sofremos demais com a enchente de 2014, quando toda a vila ficou debaixo D’água, com danos que até hoje lutamos pra recuperar”, disse uma moradora.
Com a quantidade de chuva esperada na região, moradores alertam que se nada for feito os desbarrancamentos vão engolir a parte mais habitada da vila.
Em 2016, Nazaré abrigou o Minon, Conferência Internacional que debate e promove a nova museologia, pois é lá que se pretende fundar um museu ribeirinho. O Festival Folclórico mais original do estado também é realizado pela comunidade há 50 anos, todo mês de julho.
No próximo dia 11, os moradores de distritos ribeirinhos se reunirão na Audiência Pública Comunitária da Comunidade Maravilha.
A doutora em história pela USP, Cunhã Gwarini Atã Poranga Márcia Murã, que lá vive e dá aulas, atribui o violento impacto ambiental à obras que ignoraram os meios de vida no baixo Madeira.
“Ao retornar para Nazaré me deparei com o desbarrancamento de vidas. Não basta a vinda da defesa civil isolar a área é preciso resolver a situação. Basta de desrespeitos aos nossos direitos. Os governantes e os empreendedores construtores de hidrelétricas precisam utilizar um pouco de seus lucros a custa de nossas vidas para resolver os problemas criados por eles mesmos’, disse.
Confira o vídeo em que o esposo de Márcia, também historiador, Iremar Ferreira, relata o drama: