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Reuters – As vendas no varejo brasileiro recuaram 2,1 por cento em dezembro na comparação com o mês anterior e fecharam 2016 com queda de 6,2 por cento, pior resultado para a série iniciada em 2011, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Na comparação com dezembro de 2015, as vendas caíram 4,9 por cento. A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 1,95 por cento na comparação mensal e de queda de 4,50 por cento sobre um ano antes.
Leia material divulgado pelo IBGE sobre o assunto:
Vendas do Comércio Varejista caem 6,2% em 2016
No índice acumulado no ano de 2016, frente a igual período do ano anterior, o volume de vendas do Comércio Varejista registrou recuo de 6,2%, o mais acentuado da série histórica iniciada em 2001. Esse comportamento foi acompanhado pelas oito atividades que compõem o varejo, seis delas registraram as quedas mais acentuadas de suas séries históricas no acumulado em 2016. As atividades que mais se destacaram, em termos de contribuição para o resultado global, foram: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,1%); Móveis e eletrodomésticos (-12,6%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,5%); Combustíveis e lubrificantes (-9,2%); Tecidos, vestuário e calçados (-10,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,1%); Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-12,3%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,1%).
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,1%) registrou o recuo mais acentuado desde 2003 (-4,8%) e exerceu a maior influência negativa na redução do total do varejo. A perda da renda real e o aumento de preços dos alimentos em domicílio, no mesmo período, foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do setor.
Móveis e eletrodomésticos registrou recuo (-12,6%) menos acentuado do que no fechamento de 2015 (-14,1%), contribuindo com o segundo maior impacto negativo na taxa anual do comércio varejista. Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito e a evolução dos rendimentos, o resultado do setor, abaixo da média geral, foi influenciado principalmente pela elevação da taxa de juros nas operações de crédito às pessoas físicas e pela queda da massa real de rendimentos.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos, etc., registrou a primeira variação negativa para o volume de vendas nesse tipo de comparação (-9,5%), e exerceu o terceiro maior impacto negativo na taxa anual do comércio.
Combustíveis e lubrificantes (-9,2%) representou a quarta maior contribuição negativa no resultado anual do varejo. Esse resultado, abaixo da média geral, foi influenciado pela já citada redução da massa real, além do impacto devido ao recuo do ritmo da atividade econômica.
Tecidos, vestuário e calçados (-10,9%) registrou a queda acumulada mais acentuada da sua série histórica. Mesmo com os preços de vestuário se posicionando abaixo do índice geral de inflação, a atividade apresenta desempenho acumulado inferior à média geral do comércio varejista, refletindo o quadro de perda de poder de compra das famílias.
Apesar do caráter essencial de uso, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-2,1%) teve o primeiro recuo da série histórica, iniciada em 2004.
Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (-12,3%) registrou a queda mais acentuada da sua série histórica. Esse resultado reflete não só o quadro de redução de renda real e elevação dos juros, como também, a valorização cambial do dólar ao longo de 2016, na medida em que muitos componentes ainda são importados.
Livros, jornais, revistas e papelaria (-16,1%) teve a mais acentuada queda da sua série histórica. Além da redução da renda real, a trajetória declinante desta atividade vem sendo influenciada, em especial no que tange a jornais e revistas, por certa substituição dos produtos impressos pelos de meio eletrônico.
O Comércio Varejista Ampliado registrou a queda mais acentuada da série histórica (-8,7%). Esse resultado reflete, sobretudo, o comportamento das vendas de Veículos, motos, partes e peças (-14,0%) e de Material de construção (-10,7%). Os fatores que justificam este desempenho são a diminuição do ritmo de financiamentos, a elevação da taxa de juros e a restrição orçamentária das famílias.
Resultados regionais: apenas no Amapá vendas no Varejo não recuam
Na passagem de novembro para dezembro de 2016, série livre de influencia sazonal, as vendas no varejo foram negativas para 26 as 27 Unidades da Federação, com os maiores recuos sendo observados na Paraíba (-6,3%), Goiás (-5,7%) e Rondônia (-5,1%), enquanto Amapá (0,1%) mostrou estabilidade nas vendas entre novembro e dezembro.
Frente a dezembro de 2015, série sem ajuste sazonal, o Comércio Varejista registrou queda no volume de vendas para 25 dos 27 estados, com destaque para o Pará (-12,6%), seguido por Mato Grosso (-12,4%) e Rondônia (-12,0%). Quanto à participação na composição da taxa negativa do varejo, destacaram-se São Paulo (-4,2%) e Rio de Janeiro (-7,4%).
No acumulado no ano de 2016, frente ao ano de 2015, o Comércio Varejista mostrou redução no volume de vendas em 26 das 27 Unidades da Federação, com destaque, em termos de magnitude de taxa para Amapá (-18,1%), Pará (-13,1%), Rondônia (-12,3%) e Bahia (-12,1%). Roraima, com avanço de 1,2%, foi o único estado que mostrou avanço das vendas em 2016.
No Comércio Varejista Ampliado, 25 das 27 Unidades da Federação apresentaram variações negativas na comparação com dezembro do ano passado. Em termos de volume de vendas, destacaram-se Rondônia (-15,5%), Pará (-12,6%), Amapá (-11,0%) e Espírito Santo (-11,9%). Os estados com maior impacto negativo foram São Paulo (-7,7%) e Rio de Janeiro (-8,5%). Por outro lado, Roraima (5,5%) e Sergipe (2,6%) registraram avanço em relação a dezembro de 2015.
No acumulado do ano, 26 as 27 Unidades da Federação apontaram queda, com destaque, em termos de magnitude, para Amapá (-16,3%); Espírito Santo (-15,0%); Pará (-14,0%) e Tocantins (-13,1%). Roraima, com avanço de 0,7% foi o único estado que mostrou avanço nas vendas em 2016.