Reuters – O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 0,6 por cento em relação a novembro e teve queda de 5,7 por cento na comparação com o mesmo mês do ano anterior, fechando 2016 com perdas de 5 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 15.
Leia material divulgado pelo IBGE:
Em dezembro, setor de serviços cresce 0,6% e fecha o ano em -5,0%
O volume do setor de serviços apresentou, no mês de dezembro, crescimento de 0,6% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, após ter registrado alta de 0,2% em novembro e recuo de 2,3% em outubro. No confronto com igual mês do ano anterior, o setor registrou queda de 5,7%, a maior para o mês de dezembro nessa comparação desde o início da série em 2012. A taxa acumulada no ano de 2016 ficou em -5,0%. A receita nominal registrou variação de 0,5%, em dezembro frente a novembro, na série com ajuste sazonal, e na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 1,5%. A taxa acumulada da receita no ano de 2016 ficou em -0,1%.
No que concerne aos resultados por atividade, na série livre de influências sazonais, os segmentos de Serviços prestados às famílias apresentaram crescimento de 2,0%, bem como Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com 0,4%. Apresentaram recuos os segmentos de Serviços de informação e comunicação (-1,7%); Serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,3%) e Outros Serviços (-1,2). O agregado especial das Atividades turísticas apresentou crescimento de 3,1%, na comparação com o mês imediatamente anterior.
Em termos de composição da taxa global de volume, sem ajuste sazonal, as contribuições dos segmentos foram as seguintes: Serviços de informação e comunicação, com -2,6 pp; Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com -2,1 pp; Serviços profissionais, administrativos e complementares, com -0,9 pp; Serviços prestados às famílias, com -0,1 pp e Outros serviços, com 0,0 pp.
Serviços registram queda de 2,8% no 4º trimestre em relação ao 3º trimestre
Os resultados de volume do setor de serviços para o 4º trimestre de 2016 apontam para um recuo de 2,8% em relação ao 3º trimestre, na série livre de influências sazonais, revertendo a seqüência de retrações menores observadas nos trimestres anteriores. Em termos trimestrais, os resultados desse último trimestre representam a maior retração do setor, na série iniciada em 2012.
O recuo de 3,8% registrado no segmento de Serviços de Informação e Comunicação, segmento que representa 35,7% do setor de serviços, contribuiu de forma mais expressiva para a retração observada no setor como um todo. Nesse aspecto, destacam-se as retrações de 3,2% em Telecomunicações, 4,2% em Serviços de tecnologia da Informação e 5,5% em Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o recuo situou-se em 6,0%, sendo que a queda de 9,5% do segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio foi a mais expressiva, seguida das quedas de 4,7% registradas nos Serviços de Informação e Comunicação e nos Serviços profissionais, administrativos e complementares.
Serviços recuaram 2,5% no segundo semestre de 2016
Os resultados do segundo semestre apontam para um recuo de 2,5% em relação ao primeiro semestre, na série livre de influências sazonais, ligeiramente menor em comparação aos recuos observados no primeiro semestre e no segundo semestre de 2015. Na comparação com o segundo semestre de 2015, o recuou situou-se em 5,2%, com destaque também para o segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com queda de 9,2%.
Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (-7,6%) tiveram a maior queda no acumulado de 2016
Os resultados acumulados no ano evidenciam a acentuada retração das atividades de serviços em 2016, no qual o segmento de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio acumulou a maior queda, com -7,6%, com destaque para o Transporte terrestre, com -10,4%. Nesse aspecto, é importante ressaltar a forte dependência do Transporte de cargas (rodoviário, ferroviário e dutoviário) em relação ao setor industrial, maior demandante deste serviço, tanto para o consumo de matérias-primas, como para a distribuição da produção. Dessa forma a recuperação dessa atividade vai depender da recuperação do setor industrial.
O segmento de Serviços profissionais, administrativos e complementares também se destacou por apresentar retração de 5,5% em 2016, com destaque para os Serviços técnico-profissionais, com queda de 11,4%. Essas atividades, que abrangem serviços intensivos em conhecimento, tais como: serviços jurídicos, contábeis, de auditoria, consultoria empresarial, serviços de engenharia e arquitetura, publicidade e propaganda, etc., dependem da demanda de outros setores institucionais, como indústria, comércio e governos, que restringiram seus gastos e investimentos em 2016, afetando sobremaneira seus resultados.
A variação acumulada dos Serviços de Informação e Comunicação situou-se no patamar de -3,2%, observando-se que os Serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias, registraram a queda mais acentuada (-7,1%). O segmento de Serviços de tecnologia da informação manteve a sequencia de resultados acumulados positivos, muito embora a variação em 2016 tenha se situado em um patamar inferior ao observado nos anos anteriores.
Os Serviços prestados às famílias, com uma variação acumulada de -4,4% em 2016, dependem fundamentalmente da recuperação do poder de compra das famílias para retomar seu crescimento.
Bahia (-3,9%) registrou maior queda nos serviços, em dezembro frente a novembro
No que se refere aos resultados regionais do setor de serviços em dezembro, com ajuste sazonal, as maiores variações positivas de volume, em relação à novembro, foram registradas no Espírito Santo (4,4%), Ceará (4,3%) e Amazonas (3,4%). As maiores variações negativas foram observadas na Bahia (-3,9%), Paraíba (-3,8%) e Acre (-3,5).
Quanto aos resultados sem ajuste sazonal, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, todas as Unidades da Federação apresentaram variações negativas, sendo que as maiores variações foram registradas em Mato Grosso (-33,1%), Rondônia (-19,6%) e Tocantins (-18,5%).