Por Iremar Ferreira, do Instituto Madeira Vivo
Mais de cem pessoas oriundas dos países Brasil e Bolivia, representantes de povos indígenas campesinos extrativistas moradores urbanos de Porto Velho e Distrito de Araras, além de militantes das causas socio ambientais e religiosas como Dom Benedito da diocese de Guajara Mirim, todos da Aliança em Defesa dos Rios Panamazonicos, protestam nas margens da BR 425 na ponte e cachoeira do Ribeirão nas proximidades de Nova Mamore contra o projeto de construir mais uma hidroelétrica binacional em Ribeirão e outro na cachoeira Esperanza em território boliviano.
Os participantes afirmam que as barragens já construídas provocaram morte e destruição do modo de vida dos povos e comunidades ampliando os problemas já existentes, como na Vila do Araras que não tem escola e posto de saúde, além da falta de segurança pública, tudo prometido antes das usinas e nada cumprido até hoje.
Os povos indigenas e campesinos denunciam que com a inundação de 2014 as perdas sociais econômicas e culturais foram e continuam sendo enormes. O peixe morreu e sumiu tudo nos falta, alimentos…
Já os castanhais são inundados todos os anos pelo lago de Jirau não permitindo usufruir da safra e empobrecendo as famílias de coletores.
Denunciam que com estas violações de direitos em decorrência da UHE Jirau esta usina é binacional e deve pagar assim como a UHE Santo Antônio pelos prejuízos causados localmente e nas mudanças climáticas.
Diante desta situação a Aliança dos Rios Panamazonicos tomou a decisão de organizar este protesto para conscientizar a população de forma pacífica e diz NÃO a nenhuma hidroelétrica mais no rio Madeira e nos rios Panamazônicos e defendem rios livres e vivos.
Barragens só provocam morte.
LUTAREMOS COM TODAS AS FORÇAS EM DEFESA DE NOSSOS RIOS…
E neste mesmo dia na parte da tarde em Guayaramerim Bolivia ocorrerá um Seminário para discutir este tema de barragens com órgãos de pesquisa universitária e com a Empresa Nacional de Desarrollo Energético de Bolivia para questionar as ameaças de construir mais barragens e inundar todos que vivem na região.