Repito, Judiciário tem que entrar como prioridade na pauta de protestos

Repito, Judiciário tem que entrar como prioridade na pauta de protestos

tarja

Venho falando isso desde os primeiros abusos do juiz Sérgio Moro que resultaram em cerca de 20 representações no Conselho Nacional de Justiça e com mais ênfase desde que o STF passou a julgar com pressa prejudicando um partido em benefício de outro.

O título que repito é um apelo para que a sociedade exija igualdade de tratamento nos tribunais superiores, sobretudo no que diz respeito aos investigados da operação Lava Jato.

Quem desde o início entendeu o processo de impeachment como um golpe, segue lançando suspeitas à compreensão distinta que ministros e juízes têm em casos tão semelhantes.

E a denúncia de que o golpe só foi possível com o tripé formado pelo parlamento, a mídia e o judiciário para confundir e conduzir a opinião pública, se torna cada vez mais robusta por convicções.

Quem pode hoje dizer que confia na justiça com a pane no sistema de freios e contrapesos que se evidenciou nos embates do legislativo com o judiciário nos últimos meses?

Renan Calheiros colocou não só o Supremo Tribunal Federal de joelhos, mas toda a República, ao recusar notificação pra se afastar da mesa do senado.

Nem o mais anti-Lula consegue inibir a pergunta: por que o ex-presidente não pode assumir como ministro, sem nenhuma denúncia à época, sob o argumento de que visar unicamente foro privilegiado e agora Temer governa com vários ministros investigados por corrupção?

Que história incrível é essa de separar as contas de campanha da chapa Dilma/Temer, se ambos gastaram juntos e foram beneficiados pelas mesmas doações?

E o que diabos o ministro Gilmar Mendes quer dizer com “caixa 2 tem que ser desmistificado” e que “necessariamente ele não significa um quadro de abuso de poder econômico”?

Quando pensamos que não podia piorar, o ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou colocar “tarjas” pretas no depoimento do ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Junior, onde o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG) é citado.

Para o ministro, o fato do propineiro dizer que repassou R$ 9 milhões para políticos do PSDB via caixa 2 a pedido de Aécio, não tem nenhuma relação com a ação em julgamento.

Não dá pra demonstrar aqui todos episódios que impuseram desconfiança às cortes superiores nos últimos dois anos.

Desconfiança que aumentou muito pela distinção de tempo, tratamento e argumentos nos processos que envolvem políticos acusados de corrupção, sobretudo na Lava Jato.

Confesso não ver solução melhor que mandar substituir todos os promotores e procuradores – que já ameaçaram renúncia coletiva – e juízes que atuaram na Lava Jato até aqui, pra quem sabe, impor mais responsabilidade e até pudor aos ministros dos tribunais superiores.

É isso ou parem, simplesmente parem.

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