Falta voto. Se a pressão da rua aumentar, degola da previdência não sai

Falta voto. Se a pressão da rua aumentar, degola da previdência não sai

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O Governo venceu na terceirização, mas a vitória ofereceu uma visão de perda de poder que é tão evidente que nem a mídia deixa de reconhecer.

Não apenas pelo baixo número de votos que teve o projeto, imposto goela abaixo da Câmara por Rodrigo Maia, cumprindo a orientação de Temer de que era preciso sinalizar poder.

Deu, mas “deu ruim”, como se diz na gíria.

188 votos contrários não são pouca coisa para quem, com 205 (ou até menos, se contadas ausências e abstenções) barra uma emenda à Constituição como será necessário fazer.

E os 231 que Temer e Maia obtiveram são muito pouco para quem vai precisar de 308 se quiser cortar o pescoço dos direitos previdenciários dos trabalhadores.

O resultado, no mínimo atrasou a votação da Previdência. Quanto mais tarde, mais perto da eleição e quanto mais perto das eleições, menos chance terá.

É pouco crível que o governo tenha ganho os votos que esperava com a exclusão dos servidores estaduais e municipais da reforma, sob o argumento de que são “categorias organizadas” e, por isso, estariam pressionando os deputados que, agora estariam livres para votar com o Governo.

Ora, se são categorias organizadas e informadas sabem que, no mínimo, o corte de direitos para servidores federais e para trabalhadores em geral só abre caminho para que governadores e prefeitos desesperados pelas dificuldades financeiros lhes façam o mesmo, invocando a isonomia e o “fim dos privilégios” que se tornariam as regras antigas.

A manobra para “jogar a batata quente” para longe de Brasília pode, até, tirar votos fiéis a governadores e prefeitos que não querem ouvir, diante dos pedidos de auxílio ao Governo Federal , a sugestão de que façam a sua reforma previdenciária local, se querem a ajuda.

Os próximos dias vão mostrar que a mobilização contra a reforma da Previdência não vai diminuir, mas ampliar-se.

Quando se percebe o medo e a fraqueza do adversário, que muitos criam invencível nesta incrível miséria nacional a que nos levaram, o avanço é a consequência natural.

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