Aos que têm olhos, mas não enxergam

Aos que têm olhos, mas não enxergam

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“Ah! Jerusalém! Se você pudesse reconhecer aquele que pode te trazer a paz! Mas, infelizmente, os teus olhos estão tapados.”

Faz tempo que não vou à igreja, mas guardo coisas boas que aprendi em casa e nas escolas salesianas.

As reflexões da semana Santa que se inicia estão frescas.

Hoje, Domingo de Ramos, o dia em que Jesus Cristo se entregou à morte com liberdade e lealdade ao amor próximo.

Me perguntava menina por que um homem encarou a ostentação e o poder dos reis montado num jumento.

Cedo compreendi que era para curar a cegueira espiritual do povo deslumbrado com o brilho do poder.

Povo cego, subserviente, destinado a aplaudir a dominação de uns sobre outros ao invés de perseguir a justa distribuição de riquezas.

“Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes”.

Hoje quase todos que conheço falam dos ensinamentos cristãos, mas numa língua que não reconheço sagrada.

Na semana que inicia sugiro refletir por que a humanidade não se envergonha de falar de amor em vão.

Mais templos cristãos com menos fraternidade?

Tem algo muito errado.
E só imagino que seja cegueira espiritual.

Temos olhos para ver, mas não vemos e ouvidos para ouvir, mas não ouvimos.

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