PREFEITURA DE HILDON, TAMBÉM, NÃO REALIZARÁ DESFILE DE ESCOLAS DE SAMBA

PREFEITURA DE HILDON, TAMBÉM, NÃO REALIZARÁ DESFILE DE ESCOLAS DE SAMBA

asfaltao

O que a prefeitura tucana quer incentivando agremiações carnavalescas à realização de eventos o ano todo e à busca por apoio da iniciativa privada?

Ensinar a pescar e não dar o peixe?

Não! Quer se livrar da obrigação de promover a cultura popular.

Me admira muito o secretário dizer que as agremiações carnavalescas devem se mexer para angariar recursos. É facinho né?

A Asfaltão faz isso, o ano todo. E o secretário sabe disso.

Mas, faz porque a escola cresceu junto com a sua comunidade. Nem todas podem fazer o mesmo. Alimentação de barracões, estrutura pra ensaios, tudo é feito com dinheiro arrecadado. Teve um baile da Asfaltão há uma semana e já tem outro programado. Isso, sem falar na oficina de percussão gratuita que presta um relevante papel social.

Querem ensinar as escolas de samba a sobreviver? É pra rir né? De resistir ao descaso do poder público, sabem bem.

“A ideia é fazer com que essas agremiações carnavalescas se movimentem o ano todo para angariar fundos e não ficar exclusivamente dependendo do repasse de verba do poder público. É preciso sair do comodismo que se vive hoje no meio cultural, tanto em relação as entidades, como também à própria Funcultural. Queremos fazer do nosso carnaval uma atração turística, então temos que nos mover nesse sentido e fazer com que as escolas tenham vida própria”, afirmou.

Então, deixa ver se entendi. As agremiações vão se virar pra realizar eventos o ano todo, mendigar apoio privado, juntar o arrecadado com o patrocínio e na hora da festa, a prefeitura fornece uns banheiros químicos, mela a pista com piche, uma capinada no local e pá, fatura a promoção do desfile.

O prefeito Hildon de Porto Velho imitando o Dória de São Paulo, com as parcerias-público-privadas que já profetizei, logo, se revelarão suspeitas. É uma impressão minha, de que empresários vão ‘ajudar’ o poder público com o mesmo ânimo do Emílio Odebrecht.

Se a Fundação não dá conta de fazer cultura, que seja extinta!

Afinal, com as agremiações se virando pra “sair do comodismo”, o que esse povo da Funcultural vai fazer o ano todo? O que fazem além de planejar estupidezes como adequar o carnaval de blocos ao de Salvador?

A Fundação Cultural que já teve outro nome, em que pese as críticas que fiz aos governos de Roberto Sobrinho, foi extremamente importante da revitalização da cena cultural da capital.

Era quase unânime a aprovação aos avanços promovidos na área da cultura.
Com Mauro, não foi 100% por conta da dança de cadeira na pasta, mas tinha uma turma boa que se comunicava com a essência da cultura popular.

No governo tucano, apesar de ter amigos lá que conhecem nossas tradições, não vejo nada feito com paixão.

Cultura é dever do executivo. Saiam do comodismo

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