Moro: sorrisos para Temer, carranca para Lula

Moro: sorrisos para Temer, carranca para Lula

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No 247
Alex Solnik

A primeira vez em que eu e a torcida do Flamengo vimos o juiz Sergio Moro sorrir foi na conversa animada com Aécio Neves no evento de premiação dos melhores do ano passado.

A segunda foi ontem, ao cumprimentar Temer na cerimônia de entrega de medalhas de Honra ao Mérito Militar.

Moro estendeu a mão e sorriu para um presidente da República que é acusado por ex-diretores da Odebrecht de ter comandado a negociação de 40 milhões de dólares em propina para o PMDB.

E que só não está sendo investigado devido a um artigo da constituição e não por ser um homem de reputação ilibada.

Moro estendeu a mão e sorriu para um presidente da República que acobertou publicamente o ex-deputado Eduardo Cunha já condenado, inicialmente, a 15 anos de prisão e segue atendendo seus pedidos de nomeações de aliados.

Moro estendeu a mão e sorriu para um presidente que criou um ministério para acobertar seu amigo Moreira Franco, também delatado pela Odebrecht.

Moro estendeu a mão e sorriu para um presidente cujo principal ministro, Eliseu Padilha é acusado, também por ex-diretores da Odebrecht de ser o principal intermediário entre a empreiteira e o partido nas negociações de propina.

Moro estendeu a mão e sorriu para um presidente cujo governo tem oito ministros sob investigação por corrupção.

Os gestos falam por si. Eu nunca vi o juiz Sergio Moro sorrir e estender a mão a Dilma ou a Lula.

Para eles, Moro reserva a carranca, talvez para intimidá-los.

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