No 247
Alex Solnik
O goleiro Bruno mandou matar e sumir com o corpo da namorada Elisa Samúdio, que o pressionava a assumir a paternidade de sua filha.
Um escândalo nacional que abalou o país em junho de 2010.
Condenado a 22 anos de prisão em primeira instância por homicídio qualificado, relatado por testemunhas com detalhes sórdidos e preso em 7/7/2010, está em liberdade desde o mês passado e jogando futebol.
O ex-ministro José Dirceu, que não mandou matar ninguém, preso em Curitiba desde 3/8/2015 e condenado em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro em 18/5/2016 por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa a 23 anos e 3 meses de prisão, a maior pena da Lava Jato, continua encarcerado em Curitiba.
O STF está diante do seguinte dilema: ou solta José Dirceu ou prende de novo o goleiro Bruno.
Bruno foi colocado em liberdade pelo ministro Marco Aurélio Mello porque a lei determina que aguarde em liberdade julgamento em segunda instância.
Dirceu também aguarda julgamento em segunda instância, mas está atrás das grades.
A decisão do STF vai sinalizar se a lei vale, de fato, para todos, como manda a constituição ou se estamos vivendo um regime de exceção, no qual a Justiça trata diferentemente casos semelhantes.
O mesmo se aplica a todos os presos da Lava Jato nas mesmas condições.