Do Estadão
Nesta terça-feira, 23, a base aliada conseguiu adiar a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara do relatório favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das eleições diretas para o caso de vacância da Presidência. O projeto, mais tarde, foi retirado da pauta.
Desde a divulgação das delações da JBS, tucanos e outros aliados têm feito reuniões quase que diárias para discutir cenários de pós-Temer. Um deles, defendido por dirigentes do PSDB, do DEM e de uma parte do próprio PMDB, seria a renúncia do presidente com escolha de um sucessor que passe pela concordância do próprio Temer. O problema, nesse caso, é que o peemedebista não aceita renunciar e ninguém pretende pressioná-lo para que faça isso, ao menos por enquanto.
Ministros. Até agora, a maior parte dos aliados concorda com a manutenção do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Alguns também observam que seria conveniente propor a Temer que, caso a situação fique insustentável, os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, também sejam preservados, embora sejam investigados pela Lava Jato.
Avalista do governo, o PSDB considera que o nome ideal para substituir Temer seria o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas não há consenso.
Na Câmara, muitos aliados querem que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ocupe a cadeira de Temer. Se o presidente renunciar, é Maia que assume o cargo por 30 dias.