Poucos não demonstraram aqui nos últimos três anos sua preferência política, seu desejo de mundo.
Todos, abertamente ou nas entrelinhas, escolheram um lado no debate e na luta que divide o país.
Como o tempo de engalfinhamento virtual é curto, todos lembram onde cada um estava e lutando pelo que nesse período.
Nunca escondi onde minhas experiências me levaram. Carrego a paz de não surpreender ninguém. Meu desafio é me surpreender.
Me junto a vida toda com todos, mas me misturo só com meus contemporâneos sob a ótica de Galeano. Os que têm cheiro de medo, não são meus contemporâneos.
Não me choco com as surpresas de personalidades, mas com a transmudação sim.
Pessoas que considerava bacanas e eram, optaram por seguir a caravana do preconceito e do retrocesso.
Não sei pra onde vão, mas se me perguntarem indicarei caminho oposto ao meu.
Podem não gostar de nada do que escrevo, mas jamais encontrarão no que dedilho egoísmo, apologia à barbárie ou indiferença com quem tem menos do que possuo.
Minha indiferença é só com agradar essa gente.
Não nasci pra gozar de glória com esses, mas de perigo.
Tenho consciência dos meus limites, dos que agrado e desagrado.
Mas, sinceramente, sou escrava só da minha consciência.
E celebro os encontros pra não chorar os desencontros. Máscara, só no carnaval.