“NINGUÉM VAI MORRER ABRAÇADO AO PRESIDENTE”

“NINGUÉM VAI MORRER ABRAÇADO AO PRESIDENTE”

Da Zero Hora:

Enquanto aguardava o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar a inédita denúncia contra o presidente da República por corrupção passiva, parte da base parlamentar de Michel Temer subiu no muro.

Deputados de legendas como PSDB, PP, PR, PSD, DEM, PTB e Podemos (ex-PTN) admitem, em reservado, que aguardam o conteúdo desta primeira acusação e a repercussão nos redutos eleitorais para definir o voto de blindagem ao peemedebista.

“Ninguém vai morrer abraçado no presidente” é uma das frases repetidas por diferentes aliados do Palácio do Planalto, inclusive na bancada do PMDB, partido de Temer. Apesar da cautela da base e da conclusão da perícia na gravação da conversa com Joesley Batista indicar que não houve edição no áudio, o núcleo duro do governo assegura que dispõe dos 172 votos necessários para arquivar a denúncia, sendo ela fatiada ou não.

A maior relutância da base fica entre parlamentares jovens e no primeiro mandato, que respondem por mais de um terço da Câmara. O mote tem sido desconversar sobre a tendência de voto.

— Não tenho perfil de falar sobre assunto que não tenho conhecimento. Não conheço a denúncia — afirma Alexandre Baldy (GO), líder do Podemos.

O principal exemplo de resistência na coalizão de Temer está no PSDB, com o grupo dos “cabeças pretas”, favorável ao desembarque do governo e insatisfeito por manter a imagem alinhada a um presidente com 7% de aprovação.

— A mesma régua que usei para Dilma e Eduardo Cunha será usada para o presidente Michel Temer. Qualquer investigação contra um homem público, deve ser analisada e investigada com o máximo rigor — discursa Betinho Gomes (PSDB-PE).

A prudência tem motivo. Como a análise das denúncias de Janot serão feitas em plenário no mesmo molde do impeachment de Dilma Rousseff, com cada parlamentar votando diante das câmeras, pesa o receio do impacto nas reeleições. A relutância cresce com políticos que pretendem disputar governos de Estado e vagas no Senado.

— Temer não concorre mais nem a síndico. Eu vou seguir na política — explica um peemedebista.

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