Ôôô, pato
Vocês que fazem parte desse engodo
Que passa nas pontes para o futuro
É duro tanto ter que trabalhar
E trabalhar e trabalhar até morrer
E ter que demonstrar sua estultice
À margem do que possa vir a ser
E não ver que toda essa traquinagem
Se azeita na sua falta de saber
Ê, ô, ô, vida de pato
Pato marcado, ê!
Pato feliz!
Ê, ô, ô, vida de pato
Pato marcado, ê!
Pato feliz!
Lá fora faz um tempo animal
A vigilância desce, desce o pau
Os polícias atropelam o povaréu
Os donos inventam seu jornal
E culpam a tal da petralhada
O único réu que o juiz determinou
Demoram-se em dancinhas ensaiadas
E ficam com o que não sobrou
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ê, ô, ô, vida de gado
Povo marcado, ê!
Povo feliz!
Ôôô, pato
O povo foge da corrupção
Apesar de viver juntinho dela
E sonha com melhores novos ídolos
Contemplam essa vida na caverna
Destroem a nova possibilidade
De fazer esse mundo mudar
O sonho do Mané, o avião
Roubaram, não se pode mais voar
Roubaram, não se pode mais voar
Roubaram, não se pode mais voar
Ê, ô, ô, vida de pato
Pato marcado, ê!
Pato feliz!
Ê, ô, ô, vida de pato
Pato marcado, ê!
Pato feliz!