Norte e Nordeste concentram 90% das mortes de ativistas em 2016
Do Jornal Cruzeiro
As regiões Norte e Nordeste concentraram cerca de 90% dos assassinatos de ativistas dos direitos humanos em 2016, aponta levantamento realizado pelo Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos, entidade que reúne entidades sociais e organizações não-governamentais.
O estudo, apresentado nesta terça-feira (4) em Marabá (PA) e batizado “Vidas em Lutas: criminalização e violência contra defensoras e defensores de direitos humanos no Brasil”, aponta que 66 ativistas foram mortos no ano passado.
O número representa um aumento de 32% em relação a 2015, quando foram registrados ativistas assassinados.
Dos 66 casos registrados no ano passado, 40 mortes foram registradas em conflitos agrários, 11 em disputas por territórios indígenas e três por áreas quilombolas. Também há casos de assassinatos de jornalistas, líderes comunitários urbanos e militantes da causa LGBT.
O Estado de Rondônia foi o que registro mais mortes, 19 ao todo, seguido do Maranhão com 15 e do Pará com seis e Bahia com quatro.
No caso dos Estados no Norte, a maioria das mortes foi decorrente de conflitos com grileiros de terras e madeireiros. Foi o caso do assassinato do trabalhador rural Ronair José de Lima, morto em emboscada próximo à ocupação do Complexo Divino Pai Eterno, em São Félix do Xingu, em fevereiro de 2016.
O estudo considera como defensor dos direitos humanos “pessoas físicas que atuam isoladamente, pessoa jurídica, grupo, organização ou movimento social que atue ou tenha como finalidade a promoção ou defesa dos direitos humanos”, de acordo com definição da ONU.
Assassinatos em 2016:
RO – 19
MA- 15
PA – 6
BA – 4
TO – 3
AL – 2
AM – 2
MT – 2
RJ – 2
AC – 1
GO – 1
MG – 1
PB – 1
PE- 1
PI – 1
RR – 1
Total: 66