Quem é mais novo talvez nem tenha vivido isso. Mas o povo mais velho deve se lembrar da crise que vivemos no pais na década de 1990.
No Brasil De Fato, por Aristóteles Cardona Júnior
É possível inclusive comparar este período como uma dolorosa e demorada doença que se abateu sobre o nosso país. Recessão, salários baixos, desemprego são como sintomas desta doença que fizeram feridas. E estas feridas, apesar de cicatrizadas, não deixaram de marcar o corpo e os sentimentos da população que viveu aquilo naquele período. Que sentiu na pele os sinais e sintomas desta doença chamada neoliberalismo.
Um outro elemento característico deste período foram as privatizações. Foi a entrega de nosso patrimônio, do patrimônio do povo brasileiro para empresas poderem lucrar. E este processo é sempre destruidor. Age, na verdade, como um verdadeiro vírus. O vírus da Privatização.
Vivemos de maneira intensa na década de 1990 as consequências das vendas do patrimônio brasileiro. Fernando Henrique Cardoso e seu governo do PSDB foram responsáveis por alguns dos maiores prejuízos causados ao povo brasileiro por este vírus. Um dos órgãos afetados foi a Companhia Vale do Rio Doce, a principal empresa estratégica brasileira foi vendida por apenas R$ 3,3 bilhões de reais. Lendo assim pode até parecer muito dinheiro, não é? Mas para ter uma ideia do tamanho do prejuízo, as suas reservas minerais eram calculadas em mais de R$ 100 bilhões à época.
E por que retomo esta história? Porque apesar do período de tempo em que aparentemente tínhamos criado uma imunidade a este vírus, ele volta a assolar com força o nosso país. Em Pernambuco, o governo de Paulo Câmara quer entregar para o setor privado a Copergás, uma das principais empresas sob controle do Estado de Pernambuco. O período é outro, mas o discurso é sempre o mesmo: de que o estado não tem condições de investir e de manter a empresa.
Com crescimento importante a cada ano, a Copergás gerou um lucro R$ 70 milhões somente em 2016. E as perspectivas são ainda de grande crescimento nos próximos 10 anos. Então fica uma grande pergunta: Qual a necessidade de se desfazer de um patrimônio tão importante para o povo de Pernambuco e que tem gerado cada vez mais lucro ao estado? O governador Paulo Câmara precisa dar respostas ao povo.